Apesar da aparente aprovação no Grande Tribunal das Redes Sociais – onde a Guerra Ideológica Nacional parece importar mais do que Marias, Jõoes e Cauãs receberem atendimento no posto de saúde – a matemática ainda aponta para ‘menos médicos’, do que ‘mais médicos’ em Gravataí, desde a ‘crise dos mísseis’, opa, ‘crise dos tuites’, entre o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) e a autocracia de Cuba.
Não é torcer contra, é informação.
E, acalmem-se os sempre nervosos, os indícios são de que, se não em Calabaço, no Ceará, que nunca tinha visto um médico antes da chegada da escrava cubana que atendia lá, Gravataí logo preencha as vagas que ficaram em aberto.
Não sou secador de pobre, então, de verdade, não vejo a hora de, quem sabe em 10 dias, postar a manchete: “Médicos brasileiros já substituíram todos os cubanos em Gravataí”.
Mas vamos aos fatos, aqueles chatos que atrapalham argumentos.
Dezessete cubanos foram embora, mas até agora apenas duas profissionais se apresentaram, nestes 15 dias e mais de dois mil atendimentos a menos – é conta para menor, já que os cubanos faziam uma média de 5 mil atendimentos por mês nas 11 unidades de saúde da família do município, onde hoje apenas 26 profissionais batem escanteio e vão cabecear na área.
Há 18 inscritos que colocaram “Gravataí” na lista de opções, desde que o governo federal (agilíssimo, o que vale um #FicaTemer para os bolsonaristas) publicou o edital do programa. Mas pelo que o Seguinte: apurou na tarde desta terça, além das médicas que assumiram suas funções hoje, cinco outros já telefonaram para a secretaria da saúde pedindo informações. O restante ainda não deu nem bom dia, nem boa noite.
As duas médicas contratadas foram escaladas pelo secretário da saúde Jean Torman para trabalhar nas duas USFs que tinham ficado sem nenhum médico: Morada do Vale II e Erico Verissimo.
LEIA TAMBÉM
Quem perde sem os cubanos em Gravataí
Os profissionais inscritos no site do Ministério da Saúde têm até 14 de dezembro para confirmar o interesse, dias em que possivelmente ‘palmeirenses’ poderão comemorar o título.
A torcida é para que, próxima à capital Porto Alegre, Gravataí não encontre dificuldades para preencher as vagas, com salários de R$ 11.865,00 para 40 horas, pagos pelo governo federal, mais R$ 500 de auxílio alimentação e R$ 1.500 de auxílio moradia, estes custeados pela prefeitura.
No Brasil, o preenchimento das vagas segue lento. Apesar dos 33.837 inscritos no site do ministério da saúde, até esta terça houve a apresentação ou início da atividade de 2.085 profissionais, num total de 8.376 vagas abertas emergencialmente com a saída dos cubanos.
LEIA TAMBÉM
OPINIÃO | Menos médicos: o que prefeitura pode ou não fazer
A prefeitura de Gravataí também convocou sete médicos que estavam na fila do concurso, com salários no mesmo patamar e as mesmas 40 horas de serviços (acordados). Ainda não há confirmação oficial da aceitação de nenhum. Mas o prazo é de 60 dias e apenas 15 transcorreram desde que, no dia do pinote dos cubanos, o prefeito Marco Alba mandou publicar a convocação no diário oficial.
Fato é que, nesta terça, em Gravataí, quem depende do SUS tem 15 médicos a menos que em 20 de novembro.
O que os pacientes da periferia achavam dos cubanos? Assista
LEIA TAMBÉM
OPINIÃO | Menos médicos: mande a coerência para Cuba!