Como José Stédile não atendeu a ligação do Seguinte: para confirmar com suas próprias palavras, comento a entrevista que deu ao centenário Correio do Povo, por, em minha avaliação, politicamente desastrosa.
“PSB acerta a participação no governo Eduardo Leite”, é a manchete.
Para quem não sabe, enquanto o cafezinho do governador José Ivo Sartori (MDB) esfria na mesma progressão com que se aproxima a posse do novo governo, os socialistas mantém o comando das secretarias do desenvolvimento rural, pesca e cooperativismo, com Tarcisio Minetto, e de obras, saneamento e habitação, com Rogério Salazar.
Tinham também a pasta do trabalho, que o partido quer de volta, conforme o presidente estadual, deputado federal não reeleito e ex-prefeito de Cachoeirinha.
Sem problemas o PSB querer ajudar o estado a sair da crise. Nem barreira ideológica há em participar de um governo tucano. Inclusive, no Grande Tribunal das Redes Sociais, hoje o verdadeiro ‘Quarto Poder’ da nova ordem whatsappiana, os dois partidos já são ‘de esquerda’ tanto quanto o PT.
Mas tanta pressa pega mal.
Não esfriou o corpo.
Soa como fisiologismo puro – e aí vale para os dois lados do balcão.
– Eduardo demonstrou ter muita clareza e conhecimento sobre a estrutura e a situação financeira do Estado. Foi bastante prático em suas colocações. Quis saber como nós podemos contribuir e perguntou que espaços gostaríamos de ocupar na gestão – disse Stédile, após encontro com o futuro governador na sede do PSDB, no centro de Porto Alegre.
– Disse ao governador eleito que temos uma posição definida de responsabilidade com o estado, coerência com as posições assumidas durante a atual administração e desejo de manter o mesmo tamanho e representatividade no futuro governo – concluiu o presidente, obviamente já cotado para integrar o secretariado.
Como não há almoço grátis, os três deputados do PSB devem votar a prorrogação das atuais alíquotas do ICMS.
Pior do que essa manifestação de Stédile, só a que fez no congresso estadual em que o partido definiu apoio à reeleição de Sartori:
– Me sentiria um covarde se não viesse dar minha opinião. Temos 160 ou 180 pessoas trabalhando no governo Sartori. Este é um debate pequeno, mas não para a família de quem vai ficar desempregado. Quase 70% da nossa arrecadação (do PSB) vem dos filiados. Como vamos para uma eleição sem recursos e sem tempo de TV?.
Exatos quatro meses depois, atualíssima.
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