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OPINIÃO | Greve começou, mas deve terminar logo

Marco Alba foi ao Ipag e garantiu que plano de saúde dos servidores não será extinto

A greve dos professores municipais de Gravataí começou nesta segunda-feira, mas os indícios são de que não deve passar de sexta, quando acontece nova assembleia geral da categoria.

Em reunião há pouco, a avaliação da direção do sindicato dos trabalhadores em educação foi de que houve avanços na resposta do prefeito Marco Alba (PMDB) aos pontos de pauta propostos em ofício enviado pela categoria na sexta – um dia depois da aprovação da paralisação por tempo indeterminado por 172 a favor e 142 contra.

– Após 60 dias sem nenhuma manifestação, o próprio patrão, no primeiro dia da greve, já deu sinais positivos em relação à nossa pauta e garantiu que não quer extinguir, mas salvar o Ipag Saúde – avalia Vitalina Gonçalves, presidente do sindicato que calcula que cerca de 2 mil trabalhadores em educação aderiram ao movimento.

– 94% da categoria não votou por essa greve que não respeita as famílias, os alunos e os próprios colegas. Mesmo assim o governo disse ok à retomada das negociações – argumenta o secretário de Governança, Claiton Manfro, que lista como totalmente paralisadas, entre 74 escolas, apenas o ensino fundamental da Osório Ramos Correa e a educação infantil da Santa Madalena.

 

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Prefeito foi ao Ipag

 

Os dois principais itens que o sindicato aponta como atendidos pela Prefeitura são a garantia de que o Ipag Saúde não será extinto e a retomada das negociações – que o governo considerava encerradas após comunicar, ainda em junho, sobre impossibilidade de qualquer reposição, mesmo da inflação, enquanto há um gasto de mais de R$ 3 milhões mensais da Prefeitura com a manutenção do Ipag, suas dívidas e o cálculo atuarial bilionário para garantir aposentadorias passadas, presentes e futuras do funcionalismo.  

Além de enviar ofício ao sindicato, o próprio prefeito negou ‘ao vivo’ haver planos de extinção do que é uma espécie de plano de saúde para atendimento de 4.035 servidores, 2.890 na ativa e 1.145 aposentados, e 4.445 dependentes.

– Nosso governo foi o que mais garantiu liquidez ao Ipag, tanto Previdência, quanto Saúde. Pagamos nossa parte e o que nunca pagaram antes. O instituto precisa ser conhecido e discutido com toda sociedade, mas não com mentiras – resumiu, ao participar no início da noite desta segunda de comemoração organizada por CCs e servidores para os 21 anos do Ipag, que está no centro do debate entre governo e sindicato.

 

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Limites no Ipag Saúde

 

Em crise financeira, o Ipag Saúde terá os atendimentos limitados ao caixa, com a presidência do instituto tomando medidas para controlar os gastos médicos e hospitalares.

Conforme Marco, a Prefeitura não vai fazer repasses extras para ampliar o orçamento de R$ 14 milhões, que não deve alcançar o gasto a maior de R$ 1 milhão até o fim de 2017 – déficit, porém, menor que o de 2016, de R$ 3 milhões.

– Estamos buscando alternativas, mas não vamos voltar ao modelo velho das dívidas – alertou, pouco antes da presidente do instituto, Kelen Copa, anunciar que um cálculo atuarial será concluído até a metade de outubro investigando gastos desde 2012 com procedimentos que vão desde consultas e exames, até cirurgias e internações mais complexas.

– O objetivo é projetar uma melhor utilização dos recursos – explica a advogada, que informa que no site do Ipag já constam as primeiras ordens de serviço que regulam alguns procedimentos, como em atendimentos odontológicos e de acupuntura, por exemplo.

 

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Opinião

 

Ainda sem data para a primeira reunião de negociação, um teste para o sentimento – e apuração – do jornalista de que um pouco de paz chega até sexta entre sindicato e governo acontece nesta terça, quando a categoria usa a tribuna da Câmara, 17h.

Mas é o que deve acontecer, já que uma greve longa não parece boa para ninguém.

Para governo nunca é. Mas torna-se um risco também para o sindicato, já que um dos objetivos da greve atual, conforme a própria presidente Vitalina, é defender o papel do funcionário como linha de frente das políticas públicas, dentro das escolas e principalmente nas periferias.

Com a categoria dividida, se perder a simpatia de pais e alunos…

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