Viralizou vídeo onde agente de trânsito multa por suposto estacionamento irregular em vaga de idosos e motorista do carro classe média alta e cinegrafista de celular reclamam do veículo ser guinchado sem a permissão de tirar pertences.
Mas o que me chama atenção é a carambola de comentários e compartilhamentos no Grande Tribunal das Redes Sociais.
Bate, atropela, mata o azulzinho!
Do que menos se falou nas manifestações que vi no Facebook foi da infração, que não chamarei de pequena corrupção num país de grandes corrupções porque não testemunhei as circunstâncias.
Outros que o façam, especialistas no Código de Trânsito Brasileiro ou em fakenews, convicções, delações de bandido e até greves de fome.
Vai não viu?
Acontece.
Vai não foi e o vídeo induz à interpretação errada?
Pode também.
Quem sabe estacionou por emergência?
Às vezes é preciso se colocar no lugar dos outros antes de apontar o cisco enquanto coça o travessão no olho.
A única certeza que tenho é que o trânsito é um bom laboratório para investigar nossos instintos mais primitivos.
Trânsito e redes sociais, então: é a batida perfeita!
Onde quero chegar?
O Atlas da Violência 2018 mostra que as armas são responsáveis por 71% dos homicídios no Brasil, índice que poderia crescer mais 12% sem o Estatuto do Desarmamento, conforme o mesmo estudo.
Em nenhum momento foi o caso dos envolvidos no vídeo, mas que tal essa gente que metralha ódio em postagens no Facebook descendo do carro com sua garrucha para conversar sobre a pechada na esquina?
Muitos vão alertar o colunista para o erro de confundir o ‘cidadão de bem’ com criminosos comuns ou com aquela raça alienígena a qual se convencionou chamar ‘político’.
Mas que o trânsito e o Grande Tribunal das Redes Sociais parecem uma grande Brasília, parecem.
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