Todas as ambições levam à disputa pela coroa: a Prefeitura em 2020. E Anabel Lorenzi perder a majestade no PSB pode não ser bom para seus fidalgos em Gravataí.
Para começar, é preciso contar que não há conto de fadas nas eleições para o comando do partido, sábado que vem, como o Seguinte: já revelou com exclusividade.
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Hoje, a candidata a prefeita nas últimas três eleições apóia Luis Stumpf para presidência do partido. Os vereadores Carlos Fonseca e Paulo Silveira são candidatos, e o outro vereador, Wagner Padilha, tá de olho em apoiar Carlos.
Em outras palavras, entre os nobres coroados pelas urnas, Anabel perdeu a unanimidade – apesar de manter seu ex-vice, Dilamar Soares, de outro partido, o intraduzível PSD, como um cabo eleitoral alienígena na ajuda a Luisão.
Era uma vez que, pelo que mostra a história dos reinados da aldeia, furar a fila puxada por Anabel pode adiar ainda mais a esperança do PSB de chegar ao trono do palacinho amarelo da José Loureiro da Silva.
Subindo pela escada da frente, claro.
Para o bem, e para o mal, mesmo sem ganhar coroa alguma Anabel foi a grande rainha dos últimos cinco anos de protagonismo do partido nas eleições, depois de mais de duas décadas onde o PSB ou foi coadjuvante do PT, ou do PMDB – inclusive no golpeachment contra Rita Sanco, com voto dela inclusive.
Olhando apenas para os vivos: Daniel Bordignon só atravessou o fosso até a Prefeitura na sua terceira tentativa. Concorreu em 82, 92 e foi eleito em 96. Marco Alba, em 2012, na quinta eleição após 92, 96, 2000 e 2004. Anabel concorreu em 2012 e 2016, ficando atrás dos dois, e na eleição suplementar de 2017, onde foi superada por Marco e Rosane, esposa de Bordignon.
Ao colunista, e mais uma série de outros observadores da aldeia, da nobiliarquia ou não, é difícil enxergar um caminho mais curto ao trono para o PSB do que com ela como candidata mais uma vez.
Aí a estranheza com esse Game of Thrones interno onde só falta veneno no vinho.
Mas também o que pode estar acontecendo é uma tentativa dos vereadores de ficarem com os altos títulos do partido para enfraquecê-la e transformá-la numa candidata a rainha da Inglaterra em 2020.
Só que quem conhece Anabel sabe que ela está mais para Rosa Luxemburgo.
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