Supremo&tudo

OPINIÃO | Os culpados de sempre e o foro dos privilegiados

Para presidente, ministros, governadores, prefeitos, juízes, promotores e militares nada muda com a decisão do Supremo&tudo que, semana sim, semana também, mexe na Constituição e usurpa a função legislativa conforme o apupo das ruas.

Uma elite de 59 mil autoridades seguirá com ‘foro privilegiado’, a esmagadora maioria sem ter recebido um voto sequer na vida.

A casa caiu apenas para os 594 congressistas (513 deputados federais e 81 senadores), culpados de sempre num Brasil que odeia as urnas.

Pelos aplausos do senso comum, comprado e vendido pela mídia facebuquiada, por unanimidade o(a)s batmans “avançaram no combate a corrupção”.

Será?

Amanhã há de ser outro dia, mas a corrupção no Brasil arrisca não reduzir uma nota rasurada de Lula Livre só porque se tirou foro de 0,99% ‘privilegiados’ – todos com prazo validado ou não pelo eleitor a cada quatro anos.

Essa jogadinha para a torcida tende a piorar a impunidade.

Primeiro porque possivelmente teremos recursos de parlamentares ao próprio STF para decidir se cabe processo em primeira instância, já que a corte não terminou com o foro e sim limitou a crimes cometidos “no exercício e em função do mandato”.

Vale um auxílio-qualquer-coisa para quem conseguir explicar para as crianças quais os limites de “no exercício e em função do mandato”.

O Supremo será entupido por esses processos.

Sairão 540, entrarão… veremos quantos.

E tem mais.

Políticos que enfrentavam apenas um julgamento no Supremo dos 154 funcionários para cada um dos 11 ministros, agora terão julgamentos em primeira e segunda instância, onde os juízes não são todos como Sérgio Moro, que não faz mais nada além de cuidar da Lava Jato.

Se as juízas de Gravataí estão na média de pesquisa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), resolvem cada uma 1.788 causas ao longo do ano, por exemplo.

Multiplique isso para o Brasil inteiro e, para agradar a galera e condenar logo os políticos, será preciso mágica.

Das togas, certamente não sairá o corte de parte dos 60 dias de férias dos juízes e promotores para agilizar o serviço público. Se houver o truque será mais ortodoxo, como propor um aumento de orçamento para o poder, abrir mais concursos, contratar mais gente ou criar algum auxílio-produtividade.

Mas o pior é desconfiar que no Brasil do compadrio, enquanto alguns políticos terão a certeza da perseguição, outros adorarão ser julgados pelos vizinhos em suas cidades e estados.

 

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