Gravataí e Cachoeirinha perderão R$ 32 milhões caso as alíquotas do ICMS não continuem no mesmo patamar pelos próximos dois anos. São R$ 16 milhões por ano em Gravataí e R$ 8 milhões por ano em Cachoeirinha.
Os prefeitos Marco Alba (MDB) e Miki Breier (PSB) são favoráveis à aprovação da manutenção do imposto pela assembléia legislativa – decisão que precisa ser tomada neste mês.
Para um, Marco, com as contas ajustadas, mas sempre no limite, já seria ruim. Para outro, com as contas desajustadas, seria o caos.
Para entender o que significa a dinheirama, a empresa vencedora da licitação vai duplicar as pontes do Parque dos Anjos, em Gravataí, a um custo de R$ 5 milhões. Com R$ 7 milhões, 33 ruas foram asfaltadas em convênio entre a prefeitura de Cachoeirinha e o governo do estado.
Marco já expôs sua posição em reunião da executiva estadual do partido. Defendeu a independência do MDB, sem cargos no governo Eduardo Leite, mas com apoio dos deputados estaduais a todas as medidas que José Ivo Sartori tomaria caso tivesse sido reeleito.
Miki sustentou o mesmo, em reunião de prefeitos do partido com o presidente estadual José Stédile, também ex-prefeito do município.
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Leite tem feito o que pode. Conversou com todas as bancadas, de partidos da coligação, com os sempre governo, os quase governo e a oposição. O governador eleito lembrou que, de certa forma, mesmo que todos reclamem da alta carga tributária, ganhou a delegação das urnas para a manutenção das alíquotas. O tucano defendeu isso abertamente na campanha, da mesma forma que Sartori, adversário no segundo turno. Leite fez 35,9%, Sartori 31,11% no primeiro turno. Somaram 4 milhões de votos. No segundo turno, juntos receberam 5.833.918 votos.
A situação das finanças do estado é tão grave que, se não por coerência, por solidariedade ou matemática simples, até o PT e o Novo deveriam apoiar a tunga e votar a favor, só para citar dois exemplos de partidos com uma ideologia mais clara.
Os petistas porque só não aumentaram ICMS porque a oposição não deixou quando no comando do Piratini. O Novo, porque os ‘liberais’ – existe isso no Brasil? Deixo para outro artigo – deveriam exercer na prática a lógica monetarista do “There is no free lunch”.
Não há mágica para repor imediatamente os R$ 3,5 bilhões que deixarão de ser arrecadados.
Fazem bem Marco e Miki ao não se esconder e defender a manutenção do ICMS, principalmente porque são municípios maltratados pelo governo do estado, principalmente nos repasses atrasados para a saúde.
Sabem que pode piorar.
Agora, se você é contra, e votou em Leite ou Sartori, não sabia no que estava votando. Nenhum dos dois mentiu, pelo menos sobre o ICMS.
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