Na escola Antônio Aires, no cafezinho da cerimônia de instalação da primeira das 318 câmeras que farão o vídeo monitoramento de Gravataí, quem fez o big brother no prefeito foi o jornalista Silvestre Silva Santos, do Seguinte:. Ele ouviu Marco Alba ao celular confirmando que vai ao Palácio Piratini nesta quinta cobrar obras contratualizadas em 2014, no governo Tarso Genro, que o Estado ainda não fez e atravancam o avanço do loteamento Breno Garcia, que com a população de uma Glorinha será o maior Minha Casa, Minha Vida do Sul do Brasil.
É lá para a parada 103 que vão, por exemplo, de famílias paupérrimas que hoje vivem em áreas de alagamento, como os ribeirinhos da Amapá, a ocupantes de áreas irregulares dos quatro cantos do município, os moradores das margens da RS-118 retirados para duplicação e outras famílias em situação de risco que se enquadrem nas exigências da CEF – principalmente em relação à renda familiar, no máximo de R$ 1.800,00 por mês.
A conta do Piratini com Gravataí estaria, por baixo, em R$ 3 milhões.
A última previsão era em abril de 2018 entregar as chaves para mil famílias, que estão em fase de cadastramento e análise da documentação em uma fila de 13 mil inscritos. Na segunda fase do megaprojeto – que se arrasta desde 2012 com um orçamento total de R$ 100 milhões – outras mil famílias teriam moradias financiadas a baixíssimo, ou nenhum custo.
São casas boas, de 40,79 metros quadrados, com dois dormitórios, sala e cozinha integrada, banheiro e área de serviço externo, além de um reservatório d’água de 500 litros e um inovador aquecimento solar para o banho.
Mais de mil operários trabalham, ou trabalharam nas obras, casas estão prontas, outras subindo, o posto de saúde está em construção, há edificações para pontos comerciais como mercados, lojas e farmácias, reservatório de água e até uma estação própria para tratamento de esgoto, mas o governo estadual não fez, por exemplo, a rótula na Arthur José Soares com RS-030, o asfaltamento da via até a entrada do Xará e, o mais preocupante, a construção de uma escola estadual capaz de atender até 600 alunos da Educação Infantil ao Ensino Médio.
O prefeito tem agido silenciosamente para o público e gritado bastante nos bastidores, como é sua característica. Mas quem fala com ele sobre o caso percebe que a paciência esgotou de vez. Marco não gosta de anunciar obras só por anunciar. E tinha a expectativa inicial de fazer a mudança de famílias ainda em setembro do ano passado. Mas até agora, pela ‘cidade dentro do Gravataí’, só o que se viu do estado foram secretários e políticos dos governos Tarso Genro (PT) e José Ivo Sartori (PMDB) passeando ou fazendo selfie.
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