É mais fácil o Lula ser candidato à Presidência da República do que o funcionalismo de Gravataí ganhar aumento neste ano.
Além de as negociações restarem tão congeladas quanto os salários, o Orçamento Municipal para 2018 foi aprovado na Câmara, por unanimidade dos vereadores, sem prever um real de reajuste para os cerca de 5 mil servidores.
O sindicato dos professores, que incluindo ganho real pede 20%, calcula em 16% só as perdas inflacionárias dos últimos três anos.
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No governo, por enquanto só o som do silêncio. Mas é possível antever que, pelo menos na calculadora do celular do secretário da Fazenda, a conta dos sindicalistas não fecha.
No ano passado, Davi Severgnini disse que os salários precisariam ser congelados por 15 anos para honrar as aposentadorias pelos próximos 35 anos frente a um cálculo atuarial que revela um déficit de R$ 1 bilhão no instituto de previdência, o Ipag.
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E, no balanço mais recente que fez à Câmara, em março, o secretário trabalhou com uma defasagem de não mais que 2% nos salários, já que considerou aumentos das alíquotas patronal e suplementar do Ipag (que consomem R$ 1 milhão por mês) como investimento do governo numa folha que, com vantagens de planos de carreira do funcionalismo, cresce automaticamente 1,5% por ano.
Isso sem falar na previsão de queda de R$ 12 milhões no retorno do ICMS, previsto para 2018 pela Receita estadual, e a redução no Fundo de Participação dos Municípios (FPM), em cerca de R$ 2 milhões.
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A guerra de narrativas tende a ser a mesma. De um lado, sem muito clima para greve, o sindicato reivindicando que um professor de nível 1, com salário de R$ 1.200, já perdeu R$ 3.600 entre 2015 e 2018. De outro, o governo alertando que não pode comprometer com 5 mil funcionários os investimentos que precisa fazer para os quase 300 mil habitantes.
Como o ‘show do bilhão’ da GM só começa a engordar a receita municipal a partir de 2021, é bom o funcionalismo já abrir um furinho a mais no cinto.
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