RAFAEL MARTINELLI

Os dois candidatos a prefeito de Cachoeirinha são evangélicos. Em Gravataí, católicos

Os dois candidatos a prefeito de Cachoeirinha, o prefeito Cristian Wasem (MDB) e o vereador David Almansa (PT), são evangélicos.

Em Gravataí, os três prefeituráveis – Daniel Bordignon (PT), Marco Alba (MDB) e Luiz Zaffalon (PSDB) – são católicos.

As informações são do Seguinte:. Não é necessário professar a religião no registro de candidaturas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

– Sou de família cristã, evangélico desde o meu nascimento, fiz a confirmação na Igreja Evangélica de Confissão Luterana de Cachoeirinha e batizado na Igreja Luterana da Renovação. Atualmente eu e a minha família frequentamos diversas Igrejas da Cidade a convite de pastores e irmãos, o que nos traz muita alegria em servir a Deus – informa Cristian.

– Me considero cristão evangélico, de cultura neopentecostal. Fui batizado na Assembleia de Deus, membro por mais de 13 anos, mas hoje não estou congregando. Quando vou no culto, é na Quadrangular da Nova Cachoeirinha – informa Almansa.

Os evangélicos foram o segmento religioso que mais cresceu no Brasil nos últimos 30 anos, segundo dados do IBGE. Em 1980, representavam pouco mais de 6% da população, agora são 22%. Nos últimos 10 anos são 16 milhões de novos fiéis. Um em cada três adultos se declara evangélico.

Em Cachoeirinha, a estimativa do Censo 2022 é de que dos 136 mil habitantes, cerca de 30 mil sejam evangélicos.

Em Gravataí, dos 265 mil habitantes, a projeção do IBGE é de quase 60 mil sejam evangélicos.


Não é o caso dos cinco candidatos dos dois municípios, que apesar de freqüentarem cultos e missas, não fazem da religião sua bandeira, mas levantamento inédito do Instituto de Pesquisa e Reputação de Imagem (IPRI) mostra que o ritmo de crescimento de candidaturas com viés religioso é 16 vezes maior que o de aumento do total de candidaturas nos pleitos locais.

A pesquisa da FSB Holding, cujos dados foram obtidos pela Agência Brasil, coletou dados do portal de estatísticas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) das últimas sete eleições municipais, entre 2000 e 2024.

Para chegar a esses números, o IPRI analisou os nomes de todos os candidatos e candidatas ao longo dos pleitos, aplicando filtros de religiões evangélicas, católicas e de matriz africana para identificar os vínculos diretos com as candidaturas.

Entre as palavras usadas, estão: pai, mãe, pastor, pastora, missionário, missionária, bispo, bispa, apóstolo, apóstola, reverendo, irmão, irmã, padre, babalorixá, ialorixá, ministro, ministra, ogum, exú, iansã, iemanjá, obaluaê, oxalá, omulu, oxóssi, oxum, oxumaré e xangô.

O recorde de candidaturas religiosas, no entanto, foi registrado há quatro anos, nas eleições municipais de 2020, quando houve 9.196 concorrentes, entre candidatos a prefeitos e vereadores. No entanto, nesse mesmo pleito, havia cerca de 100 mil candidatos a mais, em números absolutos totais, chegando a 557.678 nomes inscritos. A queda no número total de candidaturas reflete os efeitos do fim das coligações proporcionais, distribuição de recursos do fundo eleitoral, organização dos partidos em federações e aumento de custos de campanhas.

– Os dados deste levantamento demonstram um forte aumento do apelo da religião na política. Ao longo do tempo, o número de candidatos que adotam denominações religiosas no nome que vai na urna cresceu muito mais do que o volume total de candidatos nas eleições municipais – afirmou à Agência Brasil o sócio-diretor do Instituto de Pesquisa e Reputação de Imagem (IPRI), Marcelo Tokarski. 


Os nomes de candidatos com títulos relacionados à religião evangélica são a maioria esmagadora das candidaturas com identidade religiosa apuradas no levantamento do IPRI/FSB. Nas eleições deste ano, os termos mais recorrentes são: pastor (2.856), irmão (1.777), pastora (862), irmã (835) e missionária (247). Juntos, eles somam 6.557 candidaturas, o que dá mais de 91% do total de candidaturas identificadas com alguma religião.

Essa representatividade é ainda maior considerando outros termos associados aos evangélicos que aparecem em nomes candidaturas nas urnas, como missionário (48), apóstolo (23) e ministro (três).

Termos como pai (106) e mãe (81), normalmente vinculados a nomes de religiões de matriz africana, apareceram nos resultados das candidaturas deste ano, mas em quantidade mais residual. Nomes católicos de candidaturas, como padre (68), também apareceram na pesquisa ao longo dos anos, e no pleito deste ano, de forma recorrente.


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