solidariedade

Os nossos ’refugiados’ em campo; uma Copa com vitória de todos

Maior parte dos colombianos que jogaram na Copa dos Refugiados mora em Gravataí | fotos EDUARDO TORRES

Logo cedo, no sábado (2), o campo e a arquibancada do Estádio Passo d'Areia, em Porto Alegre, foram sendo tomados por um colorido diferente, uma sonoridade no olhar e nas palavras incomuns na cidade. Aos poucos, um pequena Babel foi se formando. Era um grupinho falando em francês de um lado, outro em espanhol, mais um em criollo e outros dialetos bem diferentes do português. Mas não eram grupos isolados. Eram grupos em constante interação, e aí, ali se ouvia o português do nosso tempo. Com sotaques dos mais variados e a missã de se fazer entender.

Era o cenário que estava formado para a segunda edição da Copa dos Refugiados, disputada na Capital no final de semana que passou. Gravataí tinha os seus representantes. Eram pelo menos sete jogadores da Seleção da Colômbia, formada por migrantes que vieram para o país em busca de melhores oportunidades de trabalho. Gente como o Juan Camilo Bedoya, que está há quatro anos na cidade e trabalha informalmente vendendo roupas. Ele tem no futebol uma diversão, e no sábado, era opção no banco. 

 

: Antes e depois dos jogos, a confraternização entre todos os participantes foi a tônica do evento

 

Pois os colombianos empunharam com orgulho a bandeira do seu país, vestiram a tradicional camisa amarela e fizeram um grande jogo de abertura do evento. Era uma revanche contra Senegal. No ano passado, as duas seleções decidiram a fase de Porto Alegre da Copa dos Refugiados. Desta vez, só uma das equipes avançaria na competição.

 

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Os colombianos, derrotados em 2017, começaram surpreendendo, jogando no ataque e até criando algumas chances de gol. O problema era a maior força e preparo físico dos africanos. Em um contra-ataque no primeiro tempo, 1 a 0 para Senegal. No intervalo, o técnico da Colômbia, o brasileiro Carlos Aguiar, dono da quadra de Canoas onde os colombianos treinaram, até conseguiu organizar melhor o time. Mais uma vez, a Colômbia teve a iniciativa, e outra vez, sofreu o revés: 2 a 0.

Com o jogo decidido, e sem cara feia, porque o espírito principal do evento era mesmo a confraternização, a Colômbia fez as trocas. O Camilo, sorridente no início ao fim a Copa, preferiu continuar assistindo aos amigos ali da casamata.

 

: Camilo fez a foto para o álbum de figurinhas que estará estampado no site da Copa

 

Um banco de oportunidades

 

Antes de a bola rolar, ele e todos os participantes da competição fizeram fotos, vestindo as camisas de suas seleções, para o que se tornará o álbum de figurinhas da Copa dos Refugiados de 2018. É um álbum bem diferente, com as fotos dos participantes, seus nomes, telefones, cidade onde vivem e a profissão que exercem. Amparada pela Agência de Refugiados da ONU, a organização faz uma espécie de banco de currículos a partir da Copa dos Refugiados. A missão é dar oportunidades a eles no país que os acolheu. O álbum deve entrar no ar no site do evento nos próximos dias.

Dentro de campo, depois de derrotar a Colômbia, Senegal avançou às semifinais e, jogando no Beira-Rio no domingo, derrotou Angola por 1 a 0. Na final, o adversário foi o Líbano. Depois do empate em 0 a 0 no tempo normal, os africanos fizeram 3 a 1 nos pênaltis e conquistaram o bicampeonato da etapa de Porto Alegre.

 

: Em campo, só deu Senegal, do início ao fim. Os africanos foram bicampeões

 

OS JOGOS

Senegal 2×0 Colômbia
Angola 4×0 Venezuela
Haiti 0x2 Peru
Líbano 1×1 Guiné Bissau (5×4 nos pênaltis)

Semifinais
Senegal 1×0 Angola
Peru 0x5 Líbano

Final
Senegal 0x0 Líbano (3×1 nos pênaltis) 

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