São bravos os 43 prefeitos gaúchos (de um total de 497) que decidiram suspender as aulas presenciais em seus municípios.
Eles passam a enfrentar a ira do Estado, que cobra, através da Procuradoria-Geral, a reabertura das escolas. O argumento é o de que os prefeitos devem ser obedientes às regras estaduais.
É interessante que todo o debate em torno do abre e fecha da pandemia sempre envolveu decisões políticas, muitas vezes disfarçadas de deliberações científicas.
O governador do Estado já recuou diante de pressões e alterou todo o sistema de bandeiras.
O governador não segurou o rojão, diante da pressão da direita (e muito mais da extrema direita). Agora, a briga é assumida pela Procuradoria, como se fosse apenas uma questão legal ou jurídica.
O governo lava as mãos e deixa que a PGE brigue com os advogados das prefeituras. O Estado sai fora do emva6te político e se recolhe, porque a hegemonia é do negacionismo.
Em comunicado aos prefeitos, a Procuradoria-Geral destaca, segundo Zero Hora, o caráter essencial da educação e acentua que é vedado o fechamento indiscriminado total de escolas e demais instituições de ensino.
Os prefeitos dizem que fizeram a coisa certa. É uma boa briga, que vai muito além da questão técnica (se é que existe) em torno dos controles e das contenções para que a pandemia não se alastre.
Venceram os que entendem que é preciso abrir tudo, mesmo que uma nova onda da Covid-19 esteja sendo anunciada e que se registre aumento das internações nas UTIs.
O governo gaúcho tem hoje um governador que não é apenas vacilante, que votou em Bolsonaro, que agora fala mal de Bolsonaro, que tenta ser a terceira via em 2022, mas que adota sempre posições e atitudes da direita.
Mais do que vacilante, o governador tucano é um dos piores governadores gaúchos. É provável até que seja mais autoritário do que os governadores interventores impostos pela ditadura.
O Rio Grande do Sul nunca teve um governador tão frouxo, valente para enfrentar professores, mas fraco quando está diante do poder do dinheiro. Essa é a síntese. O resto é conversinha.