O advogado Jorge Vidal, morador de Cachoeirinha, fez uma brincadeira em suas redes sociais. Em tom irônico, ele escreveu: “Padre que pegou a noiva está sendo transferido para Cachoeirinha.”
A publicação faz referência ao caso do padre Luciano Braga Simplício, da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Nova Maringá (MT), que se tornou assunto nacional após ser flagrado com a noiva de um fiel em uma casa paroquial no último dia 11 de outubro.
O episódio, registrado em vídeo e amplamente divulgado nas redes sociais, mostra o momento em que o noivo e seu pai entram na residência paroquial e encontram a mulher escondida embaixo da pia do banheiro. O padre aparece de shorts e nega qualquer envolvimento amoroso, alegando que apenas teria permitido que a jovem usasse o local para tomar banho após uma atividade religiosa.
A repercussão do vídeo provocou comentários virais em diversas partes do país, como o feito por Vidal.
Transferência seria possível?
Embora a postagem do advogado tenha sido feita em tom de humor, a transferência de um sacerdote para outra paróquia — inclusive em outro estado — é uma possibilidade real dentro da Igreja Católica, conforme o Código de Direito Canônico, promulgado pelo papa João Paulo II em 1983.
De acordo com o documento, a decisão cabe ao bispo diocesano, que pode determinar medidas disciplinares diante de situações que afetem a credibilidade do clérigo ou causem escândalo na comunidade. Essas medidas vão desde advertências formais até a suspensão das funções sacerdotais. Em casos mais graves, o padre pode até ser reduzido ao estado laical, perdendo o direito de exercer o ministério.
Quando há necessidade de afastamento, o bispo pode transferir o sacerdote para outra paróquia ou até para outra diocese, em busca de restabelecer a ordem pastoral e evitar novos conflitos.
Apuração e medidas
A Diocese de Diamantino, responsável pela paróquia em que o padre atuava, informou em nota que abriu investigação canônica para apurar a conduta do religioso. O procedimento segue as normas da Igreja e pode resultar em sanções após a análise dos fatos.
Além da investigação eclesiástica, a Polícia Civil de Mato Grosso também instaurou inquérito para apurar as circunstâncias do caso. A jovem envolvida registrou boletim de ocorrência por divulgação indevida de imagens, e os agentes avaliam se houve violação de privacidade ou outros possíveis delitos.