Viralizou em grupos de zap e redes sociais com milhares de seguidores vídeo postado no Facebook por CC da Prefeitura detonando André Lima, Assessor Especial do Gabinete do Prefeito Cristian Wasem (MDB), presidente do MDB de Cachoeirinha e notoriamente poderoso no governo.
Resta saber agora se o polêmico advogado vai pagar – ou receber, por que não? – pelos erros ou acertos.
Vamos às informações.
A enfermeira Alba Valéria da Roza, a Val, coordenadora do centro de especialidades clínicas e do posto do idoso, postou vídeo acusando André de ter influenciado em sua demissão do cargo de indicação política.
A exoneração teria acontecido logo após a assessora ter postado em grupo de CCs do governo sobre o Parque Brasília estar por quase 72h sem água e sem luz.
O Seguinte: teve acesso a mensagens trocadas – e já apagadas por administradores – por Val e André no grupo “Amigos de Cachoeirinha”, que reúne assessores do prefeito.
Após a cobrança, o assessor especial explica que foi feito “o possível, o necessário” para cobrar a RGE, mas, em trecho, apela: “logo, vamos trabalhar ao invés de resmungar”.
A discussão prosseguiu até André escrever: “não enche o saco, isso é um grupo de trabalho e não de resmungo”.
A CC diz que o assessor especial ligou para ela em seguida, “ameaçando”.
– Eu disse a ele: prova que o senhor manda em Cachoeirinha desde o governo do Miki (Breier, prefeito cassado, de quem André foi um dos advogados). Não deu três minutos e recebi telefonema da secretária, do gabinete, comunicando que fui exonerada – disse Val ao Seguinte:, confirmando o que conta em detalhes no polêmico vídeo que você assiste clicando aqui.
Ao Seguinte:, André Lima contestou a narrativa. Conforme ele, ocorreu apenas uma troca de mensagens entre colegas em um grupo de trabalho.
– Não pedi cabeça de ninguém – garantiu, por telefone, enquanto organizava equipes de reconstrução de danos do temporal.
Conforme ele, a secretária da Administração Solange Hoffmann ligou para entender o incidente e a CC desligou “na cara”. A demissão só teria acontecido depois, devido a repetidas postagens insubordinadas da assessora nas redes sociais.
Entro, agora, na análise sobre a polêmica aldeana.
Quando recebi a informação, com vídeo, áudios e prints, comecei a reflexão que sempre faço: “É notícia de interesse público?”, “Por que vazou?”, “Quem se beneficia?”, e etc.
No caso, não tinha nada de exclusivo.
Virou polêmica instantânea em grupos influentes de Cachoeirinha, como o Sui Generis, do jornalista André Boeira, além do material estar circulando como “frequentemente encaminhado” pelo WhatsApp.
Decidi divulgar porque, enquanto investigava detalhes da polêmica, apurei que ao menos quatro vereadores estão dizendo por aí que vão reclamar de André Lima com o prefeito “na segunda-feira”. E isso pode ter repercussões no governo.
É que o assessor especial e presidente do partido é o cara do “não” no governo. Blinda o prefeito. Naturalmente, coleciona desafetos políticos. É por isso que, na abertura do artigo, lancei a tese:
“Resta saber agora se o polêmico advogado vai pagar – ou receber, por que não? – pelos erros ou acertos”.
Reputo incontestável que André Lima errou no tratamento com Val, mesmo que fosse um grupo de “colegas”, porque ali sabiam todos do poder que ele tem. Nada do que gravar ou postar passa despercebido.
E, principalmente, porque ela tinha razão. Estressado por cobranças externas de moradores atingidos pelo temporal, talvez tenha explodido com uma cobrança interna. Mas um erro é um erro e é um erro, mesmo com suas circunstâncias e atenuantes.
Fato é que o polêmico e sanguíneo advogado terá que lidar agora com a pressão de políticos que, nos bastidores, até este incidente, repetiam apenas sob anonimato muito do que Val ‘denunciou’ no vídeo.
“A Val é muito amiga da Fabi”, foi o que mais ouvi nas últimas horas. Fabi é a Fabiana Medeiros, primeira-dama de Cachoeirinha, filha do popularíssimo ex-prefeito Francisco Medeiros e também poderosa no governo. Perceberam o tamanho da fofoca?
Ao fim, é um teste para a necessidade de André Lima no governo. Claro, se algum de seus críticos internos tiver coragem de questionar o prefeito Cristian sobre isso.