Glorinha, município da Região Metropolitana de Porto Alegre que mais se parece com o interior registra bons números e projeta crescer ainda mais com a atração de uma gigante do aço. Eleito em 2020, o prefeito Paulo Corrêa (PP), fundador do tradicional Super Corrêa, em Gravataí, hoje administrado pelos filhos, falou ao Seguinte: sobre seu governo e seus planos.
– Estamos fazendo valer aquela forma de chamar Glorinha: “Paraíso entre a Serra e o Mar’ – comemora.
Siga trechos da conversa com o jornalista Andreo Fischer, no gabinete do prefeito.
Atração de empresas
Está enganado quem pensava que apenas a Fibraplac segurava o retorno de ICMS de Glorinha. Junto a empresas como Divimec e Panatlântica, a Prefeitura atraiu o investimento milionário da ArcelorMittal, multinacional de Luxemburgo que produzirá aço para empresas como a GM.
Paulo Corrêa foi até Araucária (PR), local onde a empresa possui um de seus parques fabris. De lá, ouviu a proposta da diretoria que a prefeitura de Glorinha precisaria alargar a avenida onde seria instalada a fábrica no município.
O faturamento da ArcelorMittal em 2021 foi de R$ 12,8 bilhões.
Para a cidade, está previsto um retorno de ICMS de até R$ 16 milhões quando a organização estiver produzindo e comercializando. Isso terá início previsto em setembro deste ano e mais de seis mil toneladas de aço deverão ser fabricadas a partir da cidade glorinhense.
A Divimec montou dois maquinários para o início das operações. Cinquenta empregos serão gerados.
Investimento em centro administrativo
Para este ano, o orçamento de Glorinha pode chegar a R$ 43 milhões. Paulo projeta investimentos em mais de 10% disso, uma alta taxa para municípios.
Uma área de pouco mais de 11 hectares foi adquirida pela Prefeitura para a construção de um moderno centro administrativo. Ali, será instalada uma creche, uma escola de ensino fundamental, um centro cultural, um posto de saúde, praça e garagem. Situada na estrada do Maracanã, o arruamento do entorno custará R$ 4 milhões através de financiamento.
A ideia é acabar com a descentralização de órgãos municipais, que ficam uns longe dos outros, e terminar com o pagamento dos respectivos aluguéis que consomem parte do dinheiro público todos os meses.
Como exemplo disso, recentemente a Prefeitura conquistou uma agência própria do Sine e precisou alugar um espaço para a instalação do serviço de verificação de vagas de emprego. Só o que conta como prédios próprios são dois postos de saúde, a própria prefeitura, colégio e a clínica de reabilitação.
Corte de cargos e reajuste para funcionalismo
O prefeito Paulo Corrêa salienta que apesar de estar como mandatário da cidade e secretário municipal de Turismo, recebe salário apenas pelo cargo principal. Junto a isso, o governo fez uma reforma no secretariado e unificou duas pastas. Desta forma, Glorinha conta com oito secretarias.
Paulo nomeou o vice-prefeito Renato Raupp como titular das Obras e este recebe proventos apenas como vice. Alguns secretários são servidores de carreira e recebem apenas um complemento salarial e não dois valores.
Os cargos em comissão, os famosos CCs, o prefeito diz que mantém “apenas o necessário”, apesar de o município investir 46% do orçamento com gastos em pessoal. O limite da Lei de Responsabilidade Fiscal é de 54%.
– Nós já demos 16,2% de reposição para o funcionalismo. Mas gostaria que o quadro fosse mais enxuto – diz Corrêa.
O futuro é o turismo
– Glorinha tem potencial. Temos grupos de sítios que estão avançando na questão do turismo e no desenvolvimento desta área. Aos finais de semana, a cidade atrai turistas pelas nossas belezas nativas. Mas precisamos de investimento privado para continuar incentivando tudo isso. Estamos nos organizando desde a pandemia. Recentemente nós encomendamos placas de identificação para dar visibilidade aos locais do município e avançar também neste segmento. Estas placas terão a denominação de ruas em áreas rurais. Elas já estão licitadas e em breve serão instaladas. Serão 40 grandes placas sobre seu governos e seus planos – informa o prefeito, acrescentando que o turismo também está buscando parcerias para retomar as tradicionais festas juninas.
– Não podemos nos esquecer de nossos parceiros locais, como o Trilha das Grota, evento de motocicletas que movimenta Glorinha nestes dias.
Animais de rua
Os animais de rua da cidade também são uma questão de preocupação da Prefeitura. Com os crescentes casos de abandono, o governo licitou uma clínica para fazer as castrações dos cães e gatos que vagam pelas ruas de Glorinha e mais de 80 procedimentos foram realizados.
A entidade Apesag, segundo Paulo, é parceira do município em casos como estes.
A ideia é expandir este serviço para tutores de baixa renda que não tenham dinheiro para uma castração.
Como pegou a Prefeitura
– Glorinha estava construindo seu desenvolvimento e não tinha planejamento. As estruturas de hoje não comportam os 34 anos de emancipação política do município. Estamos trabalhando para organizar a casa e colocar o cidadão como o maior beneficiado da nossa gestão.
A polêmica da Estre para uns, ‘lixão’ para outros
Paulo Correa falou sobre a polêmica da Estre, empresa do ‘rei do lixo’, que projetava um aterro sanitário com termelétrica, cujo processo foi retirado antes de uma decisão da Fepam sobre a legalidade ambiental.
– Aquela área onde seria instalada o aterro foi vendida e hoje há bois sendo criados lá. O atual proprietário veio aqui na prefeitura e pagou R$ 100 mil de ITBI.
Relação com a Câmara de Vereadores
– Temos a maioria da Casa. Há alguns desentendimentos, mas em geral, os vereadores votam nos nossos projetos.
Em quem vota nas eleições de 2022
– Meu candidato a presidente é o Jair Bolsonaro. Na pandemia, o governo dele injetou R$ 7,2 milhões na cidade com o auxílio emergencial. Isso beneficiou cerca de 2.300 habitantes. Para governador, apoio o Heinze (Luis Carlos) já no primeiro turno. O que ele fez por São Borja foi um diferencial enquanto prefeito. Todos os meus candidatos serão os coligados ao meu partido, o Progressistas.
