política

’Pauta-bomba da Sogil’: depende de Bolsonaro baixar mais o custo das tarifas em Gravataí

Patrícia Alba representou comissão externa da Assembleia em Brasília

O Senado aprovou subsídio federal de R$ 5 bilhões ao ano para custear as isenções de passageiros de ônibus acima de 65 anos em estados e municípios. Para Gravataí, pode representar cerca de R$ 1 milhão anuais e baixar ainda mais o custo da tarifa das linhas municipais e intermunicipais.

A ‘pauta-bomba da Sogil’, e de outras concessionárias em crise desde antes da pandemia, estaciona agora no gabinete de Jair Bolsonaro. Em 2020, o presidente vetou socorro que garantiria R$ 8 milhões para o transporte coletivo de Gravataí.

Desde janeiro de 2022, a redução em R$ 1 na tarifa das linhas municipais, que estava congelada desde 2019 em R$ 4,80, e graças a um aporte de R$ 5 milhões em março de 2021, foi garantida com subsídio da Prefeitura para o pagamento de gratuidades.

Hoje 4 a cada 10 usuários são isentos em Gravataí, o que corresponde a quase 90 mil pessoas.

O cálculo é de que o aporte da Prefeitura, em 2022, seja, em média, de até R$ 300 mil mensais para a Sogil, o que corresponde a R$ 3,6 milhões no ano para manter a passagem em R$ 3,75, a mais baixa da região metropolitana.

O orçamento vem de vitória judicial, em decisão liminar, em ação contra a Agência Nacional do Petróleo (ANP) que garantirá pelo menos R$ 12 milhões para o município em 2022.

Porém, o Pro Coletivo, programa do governo Luiz Zaffalon (MDB) aprovado pela Câmara de Vereadores, não banca as gratuidades para usuários acima de 65 anos. O custo é diluído no cálculo da tarifa.

Para o possível subsídio federal, a Prefeitura precisa identificar quantos usuários há na faixa etária que, conforme o IBGE, corresponde a cerca de 7% da população, ou 20 mil pessoas. São potenciais R$ 1 milhão anuais que não entrariam no cálculo do custo da passagem.

– Para Gravataí, esse subsídio possibilitaria uma nova redução da tarifa do transporte municipal, sem deixar de assegurar o direito da gratuidade para a terceira idade. Além disso, desoneraria ainda mais a folha de pagamento das empresas instaladas na cidade com o vale transporte, impulsionando a geração de empregos e a atração de novos investimentos – antecipou a deputada estadual Patrícia Alba (MDB), ao deixar Brasília.

A ex-primeira-dama de Gravataí participou das articulações no Senado como presidente da comissão externa da Assembleia Legislativa para o transporte público, o que reportei em A ’pauta-bomba da Sogil’: esperança para tarifas não explodirem nas linhas intermunicipais passa por Gravataí.

Em dezembro, Zaffa também tinha acompanhado a pressão da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) em Brasília para que o governo federal aporte recursos ao transporte público das grandes cidades, como tratei em ’Pauta-bomba da Sogil’: Zaffa e prefeitos pedem socorro a Bolsonaro para evitar colapso no transporte público

A mesma lógica vale para o custo das tarifas intermunicipais, cujo socorro estadual, que tratei em ’Pauta-bomba da Sogil’: Leite propõe auxílio emergencial de 90 milhões para transporte intermunicipal; Amarga em Gravataí o doce sabor de ser oposição, só foi suficiente para concessionárias pagarem o 13º dos funcionários.

 

LEIA TAMBÉM

’Pauta-bomba da Sogil’: Zaffa anuncia novas linhas e horários ao lançar APP para saber em tempo real onde ônibus está; Economia de casal com tarifa menor dá um botijão de gás por mês.

 

Ao fim, é a ‘institucionalização’ do subsídio, municipal, estadual e federal. Impopular, mas inevitável – como sempre descrevo; e por isso trato como ‘pauta-bomba da Sogil’, para o leitor entender do que se trata.

Fato é que não apareceu ainda alternativa para manter tarifas pagáveis na crise que vive o transporte coletivo desde a ‘tempestade perfeita’, que começa com a chegada dos aplicativos, explode na tragédia da pandemia e é piorada por combustíveis 65% mais caros em 12 meses.

E quem paga, e precisa do serviço, é o pobre, que não tem a escolha de ir para o trabalho de carro próprio ou uber.

Em Gravataí, a redução de R$ 1,05 pode ser imperceptível para muita gente. Mas, para efeitos de comparação, a economia permite a um casal de trabalhadores, que usa diariamente dois ônibus, comprar um botijão de gás a cada mês.

O Congresso Nacional reconheceu a necessidade de socorro ao transporte coletivo, um direito garantido pela Constituição. Aguardemos para ver se Bolsonaro entendeu. Alguns apoiadores que andam de ônibus ele tem.

 

LEIA TAMBÉM

Um ano de governo, 1h com Zaffa: balanço e perspectivas; Covid, Rio, investimentos, Zaffari, pauta-bomba da Sogil e outras polêmicas

Gravataí e Cachoeirinha: estudo mostra ser irreversível subsídio como para Sogil e Transbus

 

Assista na TV Seguinte: o que, em 2022, já disseram sobre o socorro ao transporte coletivo o prefeito; o diretor da Sogil; o ex-prefeito; a deputada estadual e o secretário de Mobilidade Adão de Castro

Participe de nossos canais e assine nossa NewsLetter

Facebook
WhatsApp
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Conteúdo relacionado

Receba nossa News

Publicidade