Três eleições depois, PT e PCdoB estarão juntos em 2020 na disputa pela Prefeitura de Cachoeirinha.
Em decisão do diretório, os comunistas definiram apoio ao petista Jeferson Lazzarotto, ex-presidente da OAB.
– Jeferson representa a unidade do bloco dos partidos na majoritária – resume Serafim Sanches.
O presidente dos comunistas é o mais cotado para ser vice do BOM. O ‘Bloco de Oposição Municipal’ tem a participação do PSOL nos debates, mas ainda sem uma confirmação de uma aliança eleitoral.
– O apoio do PCdoB é a consolidação de um trabalho de unidade de mais de quatro anos – diz David Almansa, presidente petista, que divide o êxito da coligação com Sanches e a ex-vereadora Ana Fogaça.
A conclusão de Almansa desvela bastidores da tensão no PT que, ao fim, comento:
– Essa unidade ocorreu devido a uma mudança de postura histórica do PT, possível graças a uma nova classe dirigente. Sem arrogância, conversamos com os partidos de igual para igual, abrindo mão da disputa de ego. Jeferson é a síntese dessa construção.
Traduzo.
A nova classe dirigente que reputa Almansa é representada por ele e seu grupo, reeleitos para o comando do PT de Cachoeirinha e principais articuladores da filiação e lançamento de Jeferson Lazzarotto como candidato a prefeito.
O que se deu sem que nenhuma outra chapa apresentasse candidatura para a prévia naquele que Almansa refere como prazo final determinado pelo calendário eleitoral petista para realização de prévias.
Tratei disso no artigo A candidatura de Jeferson Lazzarotto e a lacração de Volnei.
Porém, grupo antagonista, ligado a Volnei Borba, Leonel Matias e Aline Cruz, agora apresenta outro candidato.
É Tairone Keppler, que será lançado às 19h desta sexta em ato no Pátio 115, na Avenida das Indústrias.
Na arte de divulgação do ato postada nas redes sociais é óbvia a provocação a Jeferson Lazzarotto, que foi filiado no partido somente ano passado: ‘PT tem pré-candidato raiz: Tairone, 20 anos de militância a serviço do partido’.
Ao fim, “a esquerda só se une na cadeia” é uma máxima da época da ditadura que insiste em perdurar eleição após eleição.
O PT perdeu a Presidência da República, perdeu o Governo do Estado, perdeu a Prefeitura, não tem deputados locais ou vereadores na Câmara, mas petistas se comportam como se nada pudesse ficar pior.
É subestimar a posteridade.
Sobre qual facção está certa ou errada, opino em outro artigo. Como não se falam, assim será na campanha, onde ecoará da forma mais pejorativa aquele refrão de campanha “Partido partido é dos trabalhadores”.