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Perdidos em Paris e Monsieur & Madame Adelman

Paris é cenário dos dois filmes do título: Perdidos em Paris e Monsieur & Madame Adelman. A outra coisa em comum é o tema. Ambos contam histórias de amor. Mas em Perdidos em Paris o amor tem dupla face. Uma destas facetas é o amor pela cidade de Paris.

Na comédia romântica o trio de personagens desajustados, Fiona, Dom e Martha vagam na cidade em encontros e desencontros. E Paris parece que não é apenas cenário, mas também personagem. E assim a cidade desfila na tela grande com sua beleza inigualável, sua arquitetura única, suas ruas estreitas, suas avenidas largas, seus cafés apinhados de gente em qualquer horário. E o rio Sena aparece em vários momentos, com suas pontes, seus barcos, restaurantes e seus passeios nas bordas com caminhantes de todo o mundo.

E além da cidade, o filme conta com uma atuação extraordinária da atriz Fiona Gordon que interpreta Fiona. A cena em que dança com Dom no Restaurante que funciona num barco ancorado no Sena é impagável.

Em Monsieur & Madame Adelman, a trama gira em torno do casamento de Sarah e Victor Adelman. O filme se passa no período entre 1971 a 2016, tempo da união dos protagonistas. No funeral de Victor, Sarah é abordada por um jornalista que deseja escrever uma biografia sobre o marido, escritor de sucesso na França.

O ponto alto são os diálogos: inteligentes, refinados e com senso de humor. E também uma pergunta. Ao final de um casamento tão longo e da própria vida, valem mais os prêmios, o reconhecimento ou o que se viveu no relacionamento?

No longo tempo da história de amor entre Sarah e Victor, os acontecimentos, a mentalidade e a cultura de cada época surgem como pano de fundo. Na minha opinião, as mudanças e a contracultura desde período deveriam ter sido mais exploradas, mas afinal isso não chega a comprometer o filme.

Nos anos 70, a liberação sexual e as relações abertas, aceitas por Sarah, não por que concordasse, mas sim por que naqueles anos era inevitável. Anos da filosofia e do comportamento de Simone de Beauvoir e Sartre.

Na década de 80, aparece o socialismo de Mitterrand e as contradições entre o discurso de esquerda de Victor e seus valores pequeno-burgueses. No fundo, o filme sempre nos leva para a reflexão de que as coisas e os seres humanos são sempre mais complexos do que possa parecer.

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