poesia

Pier Paolo, o gentil (ou o Evangelho da Intolerância)

Pier Polo Pasolini

A GENTILEZA AINDA É O MELHOR DISFARCE PRA MALDADE.

A COITADÊS AINDA É UM VÍCIO MAIS SABOROSO QUE A EMBRIAGUÊS.

VITIMANJOS COPULAM SOBRE HQS HERÓICAS DA ÉPOCA DE BRONZE

CIRCUNAVEGAMOS EM MARÉ DE TEMPESTADE

ESPÍRITOS BÉLICOS DISFARÇADOS DE MONGES

TENEBROSA ENERGIA GRACIOSA

NOSSOS ANCESTRAIS DE SETE PÉS DE ALTURA

TELEPATAS SOCIOPATAS ARISTOCRATAS

DE INFERNO E CÉU-ATROZ SOM DE MARTELO

NOSSAS MÁSCARAS MALDOSAS DE PÓ DE ARROZ

TRISTES COMO A CARA DE QUEM PERDEU O ÔNIBUS

LEITE ESPESSO NO LEITO DE OURO

ALTIVO É O MAL NO BENZEDOURO

DE ARRUDA E MEL

O POVO DA ETERNIDADE ASSUME SEU PODER

COM GENTILEZA ASSUSTADORA

E A MÃE SAGRADA SE APRESENTA OPULENTA

COM TODO AMOR TRÊMULO

QUE NOS TEM POR DEVOLVER.

(E PIER PAOLO,O GENTIL

É MORTO A CHUTES E PAULADAS NUMA PRAIA

POR SEU AMANTE E SEUS ALGOZES, ENQUANTO

CELEBRAVA SUA SENSUALIDADE DE AMOR MAIOR

E SUAS VOZES DE ANJOS VELOZES—EVANGELHO TELESCOPE

QUE EM DESGRAÇA CAÍA O TORPE E O VIL-AQUELE QUE MAIS TE FERIU-E

LORCA TE ESPERA PIER PAOLO,O GENTIL,COM GAZÉIS E DENTES DE LEÃO DE AMIANTO.)

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