O vice-prefeito Francisco Pinho confirmou agora há pouco ao Seguinte: que o PSDB estará com Marco Alba (PMDB) e deve indicar o vice nas novas eleições.
– Eu e o prefeito nunca brigamos. Tivemos apenas um afastamento momentâneo. Não há quem tenha ouvido ele falar uma vírgula de mim, nem eu dele – resume Pinho, que exemplifica a relação de confiança entre os dois com o fato de, mesmo adversários, e durante a reta final de um conturbado período eleitoral, ter herdado a Prefeitura das mãos de Marco por 10 dias.
O prefeito – que ainda não retornou os contatos da reportagem – já participou na noite de segunda-feira de uma confraternização na sede dos tucanos e tem conversado até mais de uma vez por dia com os partidos da base de governo. O primeiro em todas as consultas é Tanrac Saldanha (PRB), vice na eleição de outubro e com quem Marco criou uma relação de proximidade para além da política.
O peso da Morada
Os nomes apresentados pelo PSDB para o vice são os vereadores eleitos Aureo Tedesco e Neri Facin, o atual vereador Beto Pereira e o advogado Denner Gelinger.
Pinho despista, falando das qualidades de cada um mas, entre sorrisos, praticamente confirma as apostas do cafezinho e das conversas de elevador da Câmara que apontam para Aureo, nome novo no cenário político e único vereador eleito pela ‘cidade’ que é a Morada do Vale, com seus quase 40 mil eleitores.
Depois da crise
– Estamos unidos em um projeto que foi eleito em 2012 com mais de 51 mil votos e que, agora que a casa está em ordem, tem tudo para fazer um governo melhor. E não é esperança, é uma garantia que podemos dar às pessoas. Quando assumimos, a Prefeitura estava quebrada, endividada e as dificuldades eram enormes. Ainda enfrentamos uma das maiores crises da história do país. Mas com gestão e responsabilidade, estamos prontos para fazer Gravataí crescer – argumenta o líder maior do PSDB, e que também é o principal articulador de PEN e PTB, concordando com a matemática apresentada por Beto Pereira para ganhar as eleições.
– Fizemos 15,5 mil votos que, somados aos 33,5 mil do Marco, lhe dariam a eleição com 49 mil votos. Arrisco a dizer que poderíamos ter feito 18 mil votos, se ainda ocupássemos cargos no governo. Aí, seriam 51,5 mil, a mesma votação da chapa Marco e Pinho em 2012 – calcula sempre o vereador que, antes de ser indicado vice de Anabel Lorenzi (PSB), liderou movimento para ocupar a vaga ao lado de Marco.
Base já votou unida ontem
Experiente e manhoso na política como ensinam duas décadas como vereador, um ano como deputado estadual e cinco anos como vice-prefeito, Pinho confia na reconstrução do relacionamento com os partidos da base, abalado ainda antes de seu rompimento com o governo para apoiar uma candidatura de oposição às vésperas da abertura do período eleitoral.
– Não teremos problemas com os partidos da base porque nosso objetivo é comum: mais quatro anos para, com uma Prefeitura de contas equilibradas, avançar ainda mais. Em um momento de instabilidade política como nunca tínhamos vivido antes, Gravataí precisa da segurança de nossa união e de uma base forte para continuar avançando.
A primeira prova de fidelidade já foi dada na aprovação do ‘apocalipse do Ipag’ – o aumento na contribuição de servidores e governo para o instituto de previdência e assistência.
Os dois votos do PSDB se somaram aos 11 de PMDB, PV, PRB, DEM e PP.