A Prefeitura de Gravataí informou há pouco a quinta morte por COVID-19 de uma pessoa residente na cidade.
A vítima é uma mulher de 61 anos, moradora do bairro Santa Cruz. A paciente deu entrada nesta segunda-feira, 8, às 10h, no Hospital Dom João Becker/Santa Casa, com síndrome respiratória aguda grave e faleceu por volta das 14h.
A idosa era fumante e possuía histórico de doença cardíaca. Ela teve a confirmação que estava infectada por meio de teste rápido.
A Vigilância Municipal em Saúde (VIEMSA) está em contato com os familiares para orientar sobre procedimentos de segurança sanitária, incluindo o isolamento social, além dos protocolos do Ministério da Saúde para velório restrito e sepultamento em caixão fechado.
O Seguinte: só publicará a identificação da vítima com autorização da família, o que não foi possível até o momento.
A morte acontece naquela que é A pior semana da COVID 19 em Gravataí, como tratei sábado. O município ultrapassou a barreira dos 100 casos na semana em que chegamos aos 100 dias da crise do coronavírus. Os primeiros 7 dias de junho já registram quase o mesmo número de casos da COVID-19 do que todo mês de maio.
Em O ‘urubu da imprensa’ errou, para menos; contágio em Gravataí cresceu 245 por cento, mostrei que entre março e abril 24 casos foram registrados. Em maio foram 58. E nestes primeiros dias de junho, 42. Até a publicação deste artigo, a Secretaria Municipal da Saúde registra 126 infectados.
Vale a mesma análise que fiz mais cedo, nesta segunda, em A primeira morte na pior semana da COVID 19 em Cachoeirinha. Percebo ser um crítico praticamente solitário, mas não se trata de achismo, é a ‘ideologia dos números’ que evidencia que o distanciamento controlado do Governo do RS, que mantém a classificação do município, e de quase todo estado, na bandeira laranja, de risco médio, desponta como um experimento um tanto descontrolado.
Como mostrei em ’Gripezinha’, ’carreatas da morte’, Páscoa, reabertura e Dia das Mães; a progressão da COVID 19 em Gravataí e Cachoeirinha, a incidência da COVID-19 cresceu 80% em todo RS após a flexibilização do isolamento social. O coeficiente de incidência do contágio passou de 33,0 por 100 mil habitantes na semana passada para 59,6.
Somos o único país do mundo que retomou atividades não essenciais no pior momento, com crescimento exponencial nos casos e, na Região Porto Alegre, em dados desta segunda, 74,1% dos leitos ocupados – eram 73% no sábado. Os pacientes confirmados com a COVID-19 subiram de 9,1% para 10,6%. E, aqui o principal dado, a taxa de pacientes com outras doenças ocupando leitos cresceu de 76,7% para 83,6%.
Para facilitar o entendimento daqueles que acham ‘pouco’, uso o exemplo dos hospitais mais procurados, um público, o Conceição, e um privado, o Moinhos: na primeira semana de junho houve uma inversão na proporção de ocupação entre leitos COVID e não-COVID, de 80% para 90%.
É por aí que rasteja a cobra silenciosa do novo coronavírus: na soma do crescimento exponencial de infectados, com o crescimento da procura por atendimento e internações na rede de saúde pública e privada devido a outras doenças respiratórias potencializadas pelo frio.
A taxa de letalidade do vírus em Gravataí chega a 8%, com a quinta morte, superior à nacional, 7%.
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