A presidente do sindicato dos professores (SPMG) usou a tribuna popular da Câmara para pedir que o prefeito Luiz Zaffalon (PSDB) retire de pauta o projeto de lei 79 que revoga lei de níveis e retome as negociações pelo pagamento do piso do magistério de Gravataí.
– Do contrário, foi só cascata. A fake news não é nossa – disse Vitalina Gonçalves, alegando falta de diálogo e ironizando a expressão ‘piso em cascata’, usada pelo prefeito para descrever o pagamento do piso sem revogação da lei de níveis, que teria custo anual de R$ 42 milhões.
A presidente cobrou o líder do governo, vereador Alex Peixe (PTB), pela série de reuniões desmarcadas pelo governo após o primeiro encontro de negociação.
– Foi essa negociação que o senhor articulou? No mínimo deveriam respeitar professoras e professores que carregam a educação pública no chão da escola – disse, criticando o projeto ter sido mandado para o legislativo enquanto ainda havia promessa de envio de um cronograma de negociações.
Vitalina apresentou projeções sobre como ficarão achatados, com uma diferença de apenas R$ 48 os níveis 1 e 4 – que crescem a partir da formação do professor, como graduação, pós e doutorado – caso seja pago, como é a intenção do governo, apenas o piso para os cerca de 200 professores que hoje recebem abaixo, sem a repercussão na carreira dos mais de 2 mil professores.
– São R$ 40 milhões, mas frente um orçamento de R$ 1 bilhão. Pedimos que o PL seja retirado, abra mesa de negociação e os números sejam colocados na mesa – apelou a presidente, sob gritos de professores que lotaram o plenário da Câmara pedindo “CPI”.
Nesta quarta-feira, 8h, o SPMG reúne a categoria em assembleia geral no CTG Aldeia dos Anjos, onde, pelo que apurei, não é descartada possibilidade de um indicativo de greve.
LEIA TAMBÉM
Ao fim, o clima está tenso entre governo e sindicato como nunca vi em mais de duas décadas.
Recomendável seria um gesto do prefeito retomando a negociação, mesmo que seja para dizer, institucionalmente e não pelas redes sociais, que não vai pagar o ‘piso em cascata’.
O detalhamento por Vitalina da forma como reuniões foram desmarcadas comprova que o governo conduziu muito mal a negociação.
Reputo o fato de mandar para Câmara o ‘projeto-bomba’ enquanto, por mensagens ou telefonemas, representantes do governo garantiam que seria enviado um cronograma de reuniões, não respeitou a categoria.
Negociar com o projeto já na Câmara não me parece negociar e sim impor.
Assista abaixo a sessão, que segue acontecendo com debate entre vereadores