A campanha pela reeleição de Luiz Zaffalon (PSDB) recebeu apoio do PL em Gravataí. José Capaverde anunciou, no gabinete do prefeito, nesta sexta-feira, a renúncia como pré-candidato a prefeito pelo partido de Jair Bolsonaro.
Restava mesmo fake a candidatura, como antecipei em PL faz da candidatura de Capaverde a prefeito uma fake news; O bolsonarismo ‘pra negócio’ em Gravataí.
– A conversa vem de longe. Inicialmente o Levi iria para o PL, mas não deu porque na época tinham outro compromisso, que não foi cumprido conforme eles – disse Zaffa, ao Seguinte:, lembrando a filiação do vice-prefeito Dr. Levi Melo (Podemos) ter sido barrada quando o partido contava com a suposta garantia de indicar o vice do ex-prefeito Marco Alba (MDB).
Conforme Zaffa, o PL deve participar do governo com secretaria e cargos. O anúncio formal deve ser feito na segunda-feira, com a presença do presidente estadual Giovani Cherini e dos deputados federais Bibo Nunes e Luciano Zucco – este o padrinho da aliança, que já tinha aberto apoio à reeleição em visita à escola cívico-militar de Gravataí; leia em Parceiro de pescaria de Bolsonaro, Zucco apoia Zaffa e sonha com o prefeito de Gravataí no PL.
É uma adesão de Zaffa ao bolsonarismo?
– Respeito, mas não sou de nenhum extremo. Ando pelo caminho do meio. Meu governo é assim, converso com todos. O Levi é mais adepto ao bolsonarismo. A gente vai mesclando – respondeu o prefeito, que fez o anúncio pelas em suas redes sociais.
– Achei que estava com uma escuta. Entrei no gabinete e o Seguinte: já publicou – brincou Capa, que preside a juventude estadual do partido, sobre o tuíte abaixo.
Hoje presidente do partido, Capa fez o anúncio do apoio ao lado do pai, Sérgio, nos anos 80 colega de Zaffa na CRT, do vice-prefeito Dr. Levi Melo (Podemos)e dos secretários da Fazenda, Davi Severgnini, que é o coordenador político do prefeito, e Laone Guimarães, de Serviços Urbanos.
Conforme Capaverde, pesou na decisão o pedido de Zucco, deputado mais votado do partido no Rio Grande do Sul e ligado a Zaffa desde a instalação da escola cívico-militar.
– A coligação do prefeito é de direita, nos contempla – disse, explicando o motivo do partido não seguir a orientação nacional de participar de chapas majoritárias em cidades com mais de 100 mil habitantes.
Conforme Capaverde, colaborou também para o afastamento de Marco Alba, além da falta de garantia da indicação do vice, uma suposta “a aproximação do MDB com o PDT”, partido autor da ação que tornou Bolsonaro inelegível e tem como pré-candidato a prefeito o vereador Thiago De Leon.
Fiz para Capa a mesma pergunta que a Zaffa: é uma adesão do prefeito ao bolsonarismo? A resposta foi diferente.
– Ficou bem claro, é 100% bolsonarismo. Zaffa é a candidatura mais à direita em Gravataí – disse, confirmando que já articula com Zucco trazer Bolsonaro para visitar a escola cívico-militar e participar da campanha de Zaffa.
Vamos à análise.
Fato é que, mesmo filiado ao partido do governador Eduardo Leite (PSDB), que delirantes extremistas consideram de “esquerda”, Zaffa se associa ao bolsonarismo – e num momento em que volta a se falar na prisão do ex-presidente, agora no caso das jóias.
O Seguinte: ainda não tem pesquisas registradas em 2024, o que me impede de analisar publicamente números deste ano, conforme a legislação eleitoral. Mas reposto uma análise que fiz sobre os potenciais efeitos de uma bolsonarização de Marco Alba, porque pode valer agora para Zaffa.
Escrevi em III Guerra Política de Gravataí: Marco Alba e a foto com o candidato bolsonarista; ‘Mito’ pode não ser mais um bom cabo eleitoral e reproduzi em TBT no palanque do bolsonarismo-raiz não é por acaso: a ‘bolsonarização’ de Zaffa:
(…) Reputo o inelegível pode não restar mais um bom cabo eleitoral; nem na Gravataí que em 2018 deu 70% e, em 2022, 60% dos votos para o ‘mito’.
Pesquisa a qual tive acesso, relativa a última quinzena de agosto de 2022, mostra que, ao responder sobre uma eventual candidatura apoiada por Bolsonaro 44% dos eleitores entrevistados responderam que a chance de votar “diminui”; 29,1%% “aumenta”; 23,5% não muda e 3% “não sabe/não opinou”.
No agrupamento do potencial de voto, Leite tem 36% de “aumenta”, 44% de “não muda” e 16% de “diminui”. Lula tem 35% de “aumenta”, 25% de “não muda” e 37% de “diminui” .
Gravataí é inquestionavelmente uma cidade conservadora em sua ‘elite’. Entre os pobres e remediados, que decidem eleições, nunca é uma certeza (…).
Ao fim, Zaffa, que já tinha 9 partidos e 13 dos 21 vereadores como aliados, amplia seu palanque, num ‘MarxDonalds’ que vai reunir de leitistas a bolsonaristas, e talvez ex-petistas como Dimas; leia em Dimas será deputado ou secretário estadual e apoiará a reeleição de Zaffa? O que diz um, outro, Leite, Danrlei e Gaúcho da Geral sobre a ‘fofoca interminável’ da eleição em Gravataí.
Inegável é que isola seu ‘Grande Eleitor’ de 2020, Marco Alba.
Como política não é uma soma simples, resta aguardar o efeito nas pesquisas e o confirma das urnas.
