Associo-me ao artigo Plano C de Bolsonaro, prisão domiciliar é erguida usando fotos de hospital, do jornalista Leonardo Sakamoto, publicado pelo UOL. Sigamos no texto:
Desejo pronta recuperação a Jair Bolsonaro, que foi novamente operado em decorrência das sequelas deixadas pela facada que recebeu em 6 de setembro de 2018. Feito o necessário aviso em um ambiente de ultrapolarização burra, o ex-presidente vem explorando ao máximo as imagens de sua estada no hospital para pressionar deputados a aprovarem a anistia e engajar seus seguidores fiéis. As imagens dele caminhando pelos corredores com dificuldade são o mais novo capítulo.
Mas ele também quer construir a justificativa de uma prisão domiciliar em caso de uma (provável) condenação no STF por tentativa de golpe de Estado. Ao transmitir a ideia de que tem a saúde frágil, pode tentar uma cela de Estado-maior em um quartel ou na carceragem da Polícia Federal por sua bela casa em Brasília.
Isso pode servir como um “plano C”. O “A” seria a aprovação de uma anistia pelo Congresso (com uma torcida de que o STF aceite esse acinte) e o “B” seria uma fuga para uma embaixada estrangeira no Brasil ou para a Flórida de Donald Trump.
Mas um fato é o quadro de Bolsonaro, que é mais sensível devido às cirurgias abdominais pelas quais passou. Outro é o oportunismo político para usar o caso, transformando o limão em limonada. Expondo nas redes sociais a imagem de seu corpo seminu em ambiente hospitalar e postando mensagens de caráter messiânico, ele apela para a mesma estratégia de comunicação que vem adotando desde 2018.
Usou isso politicamente por anos. Agora, ao que tudo indica, ele usará também judicialmente.