pacotaço de Miki

Polícia já tem suspeita de quem entrou na Prefeitura

Perícia coletou digitais deixadas pelos autores da invasão à Prefeitura, na mesa do prefeito Miki Breier

Se depender da vontade e da experiência de Leonel Baldasso Pires – 18 anos na função de delegado e titular da 1ª Delegacia de Polícia de Cachoeirinha – os responsáveis pelo arrombamento, vandalismo e furto praticados na Prefeitura comandada por Miki Breier (PSB) podem ir preparando a malinha para passarem uma temporada ‘de férias’ no xilindró.

Detalhe: a Polícia já tem pelo menos um suspeito de participar da invasão à Prefeitura e ao gabinete do chefe do Executivo, e de mais duas salas. Muito provavelmente é gente do quadro funcional do município. Atenção: está escrito ‘muito provavelmente’, e não se trata de uma afirmação de que ‘é alguém do quadro’, segundo o delegado.

É que os autores – com certeza é mais de um, garante Baldasso – não têm vocação para serem ladrões. Eles não usaram luvas e deixaram, principalmente no gabinete do prefeito, dezenas de digitais e até material que, se necessário, pode ser usado para exame de DNA, como um chiclete mascado que foi grudado na cadeira de Miki.

O que eles levaram de dentro da Prefeitura, um televisor e um notebook, além dos danos causados às portas, entre outros prejuízos, deixam uma conta de aproximadamente R$ 12 mil para os contribuintes pagarem. E muita coisa precisa ser esclarecida ainda pelo serviço de investigação.

 

É um fato grave

 

A carta deixada tem conotação ameaçadora. O texto, escrito em letra de forma ‘bem acabada’ faz a investigação ver este tom ameaçador ao prefeito Miki. E é a principal fonte das digitais coletadas pela Perícia que deve emitir um laudo conclusivo num prazo que pode ser de 30 ou de 90 dias.

— Quem fez isso agiu na maldade. Por exemplo, enfileirou os porta-retratos pessoais de Miki e deixou a carta no meio. O fato como um todo tem gravidade pelo aspecto intimidatório. Não se sabe o nível de ousadia de quem fez isso, então é um fato grave — disse, agora há pouco, para o Seguinte:, o delegado Baldasso.

O policial contou que na carta a pessoa que escreveu faz críticas ao salário de R$ 27 mil (bruto) do prefeito, ao pacote de medidas cortando vantagens salariais do funcionalismo e que foi aprovado dia 24 de fevereiro na Câmara de Vereadores, e até à cadeira usada por Miki, dizendo que é muito cara.

 

: Delegado Baldasso diz que provavelmente a invasão na Prefeitura é coisa de gente do quadro de servidores

 

Sem câmeras

 

O delegado, comandando a 1ª desde novembro passado, revelou que vai cobrar explicações da empresa de vigilância contratada pela Prefeitura sobre o porquê de não ter adotado providências já que o alarme foi acionado às 18h25min de domingo e tocou ininterruptamente até ser danificado, às 18h46min.

A Prefeitura não tem sistema de monitoramento através de câmeras de vigilância. Mas não é um empecilho para esclarecer a autoria da invasão.

— Muito provavelmente é gente do quadro de funcionários — assegurou o delegado, acrescentando:

— Os indícios são veementes, muito fortes, e todos levam a essa conclusão. Principalmente a carta.

 

Frase do delegado:

 

— Um ladrão normal, que entra num lugar para roubar, não deixa carta. Ele quer mais é pegar objetos que interessam para ele e dar o fora o mais rápido possível para não ser preso.

 

Como funciona

 

Ao contrário do processo utilizado até alguns anos atrás, atualmente a verificação das digitais não exige que a Polícia aponte um suspeito (se apontar, agiliza!) ou que sejam analisadas as digitais cadastradas, uma a uma, nos arquivos da Polícia Civil.

Hoje, um equipamento que funciona como um scanner, faz a leitura das digitais coletadas pelos peritos do Instituto de Criminalística (IC) e, automaticamente, faz uma busca nas digitais digitalizadas e que estão no sistema.

Mas quem está no banco de dados? Todos os cidadãos, homens e mulheres, que possuem Cédula de Identidade e Carteira Nacional de Habilitação expedidos pela Secretaria da Segurança Pública do estado.

 

Importante

 

O delegado Leonel Baldasso Pires vai com um escrivão, nesta quarta-feira, ouvir o depoimento do prefeito Miki Breier sobre o que aconteceu entre a noite de domingo e a manhã desta segunda na Prefeitura. O encontro vai ser no gabinete de Miki a partir das 14h.

 

Foi xixi?

 

Não. As informações de que os vândalos-invasores-ladrões teriam urinado no gabinete do prefeito não procedem, de acordo com o delegado Baldasso. Foi chá, que estava derramado, segundo atestou um dos peritos do IC.

 

Dois crimes

 

A ocorrência policial foi registrada com a tipificação de dois crimes para enquadrar os autores. Um é furto qualificado (mediante uso da força, no caso, o arrombamento) e a segunda qualificadora é ‘outros crimes’, onde pode ser enquadrado, por exemplo, o vandalismo.

 

 

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