Prefeito Marco Alba está em Brasília para entregar à Comissão Andina de Fomento a documentação para o pedido de financiamento de 27,5 milhões de dólares. Confira o que há nesse pedido
Antes de viajar para Brasília na manhã desta segunda-feira (9), o prefeito Marco Alba ainda pedia cautela na divulgação de informações sobre o que será feito com os 27,5 milhões de dólares que o município está pedindo ao CAF, a Comissão Andina de Fomento.
– Não quero criar expectativa para as pessoas. Daqui alguns dias uma missão do CAF visita a cidade e uma ou outra obra pode ficar de fora – explicou.
Hoje à tarde, ele entrega um calhamaço de mais de 500 páginas ao escritório do CAF em Brasília – o último passo formal antes da assinatura de um contrato com o banco.
– Sabe como é: todo banco quer que tu proves que não precisa para poder te emprestar dinheiro – brinca Luiz Zafffalon, secretário de Governo de Gravataí e chefe da missão que cuida para que as exigências do CAF sejam atendidas e o dinheiro liberado – logo, de preferência.
O SEGUINTE: teve acesso às mais de 500 páginas do documento levado pelo prefeito à Capital Federal. É um conjunto de estudos técnicos e sócio-econômicos que embasa o pedido de cada uma das obras, além de informações sobre a cidade, sua formação sócio-política, cultural e geográfica – tudo para garantir ao CAF que, sim, Gravataí precisa dessas obras.
Ao todo, o município quer usar dos 27,5 milhões de dólares – ou aproximadamente R$ 99 milhões de reais, na cotação de hoje – em obras de infraestrutura. Serão 69,1 quilômetros de asfalto por toda a cidade. Devem ser feitos 45 km em vias públicas urbanas e 22 km de estradas, além da duplicação de vias já existentes.
A principal obra defendida talvez seja a duplicação das pontes para o Parque dos Anjos, na avenida Centenário. O assunto foi tema da eleição passada e deve voltar em 2016, já que a obra não começou. O investimento estimado é pouco mais de 3 milhões de dólares ou pouco mais de R$ 10 milhões.
A duplicação da avenida Brasil da 72 a Otávio Schemes também está no pacote. Uma nova ligação no acesso da GM à ERS-030 também, em uma área próxima aos fundos da garagem da Sogil. O caminho deve ser ligado com a Estrada Arthur José Soares, que liga os bairros da região do Parque dos Anjos com Morungava e pode se tornar a primeira rota turística identificada dentro do território de Gravataí.
Praças: 15 estão no pacote mais o Parcão
Outros 74 trechos de vias urbanas devem receber recursos do CAF para recuperação do asfalto ou pavimentação. Em contrapartida às ações de infraestrutura, fazem parte do projeto a reforma de 15 praças por diversos bairros.
Cada uma delas deve ganhar novos equipamentos e usos, além do plantio de árvores e ajardinamento.
: Zaffalon cuida do processo que atende às exigências do CAF
Nem tudo é tão fácil
– O CAF é como qualquer outro banco. Eles têm o dinheiro para emprestar, mas temos que mostrar que a gestão da cidade vai bem, que teremos como pagar o que estamos pedindo no futuro – explica Zaffalon.
Para aprontar a documentação, o governo contratou duas consultorias especializadas que entregaram o levantamento sócio-econômico das obras e outra que ajudou a formatar o que é a ‘menina dos olhos’ de Zaffalon no momento: a UGP, ou Unidade de Gerenciamento de Projetos.
– É assim que cidades como Canoas e Porto Alegre tratam desse assunto e que vamos tratar aqui também, centralizando o gerenciamento dos principais projetos por uma equipe de técnicos. Não é algo que vai depender das estruturas cotidianas das secretarias – diz.
De forma centralizada, Zaffalon acredita que o governo agiliza o andamento das licitações e a prestação de contas ao CAF, evitando que contratempos burocráticos ou administrativos impeçam o andamento das obras.
– Além disso, evitamos que aconteçam novos casos como o do Loteamento Princesas que, por falta de gerenciamento técnico, dá problema até hoje – resume.
Com a entrega feita hoje pelo prefeito, o município aguarda para junho a visita de de uma missão do CAF para conhecer os locais onde as obras vão acontecer. Só então o contrato será assinado entre a cidade e o órgão financiador.