Em 1976 os produtores da CBS começaram a produzir o seriado A Mulher Maravilha (Wonder Woman, 1975-1979). Várias atrizes famosas na época foram testadas para o papel, incluindo Joanna Cassidy, Raquel Welch, Farah Fawcett, Lindsay Wagner e Suzanne Sommers. Mas nenhuma agradou ao estúdio.
Foi então que surgiu o nome de Lynda Carter, famosa até então por ter sido a vencedora do concurso de Miss World USA em 1972. A Warner, estúdio envolvido na produção, não gostou da sugestão, pois não queriam alguém sem experiência em atuação para protagonista deste projeto antigo, que há muito não saia do papel.
Veja Lynda no Concurso de Miss World
Mas Lynda foi testada e aprovada. Ela não era exatamente uma atriz inexperiente, já tendo feito algumas participações em séries como Matt Helm e Starsky and Hutch. Ela também já havia atuado em alguns telefilmes, como Shamus (A Matter of Wife… and Death, 1975), com Rod Taylor.
: Rod Taylor e Lynda Carter
Mas foi mesmo como a Mulher Maravilha (e como Diana Prince) que ela ficou mundialmente conhecida. A série fez muito sucesso, e foi exibida pela primeira vez no Brasil em 1977, na Rede Globo (depois passou pela TVS, TV Record e Rede Brasil), dublada pela atriz Ângela Bonatti (a mesma de A Poderosa Ísis, leia sobre esta serie aqui). Atores veteranos como Roy Rogers e Roddy McDowell fizeram participações na série, que também lançou a atriz Debra Winger, como irmã mais nova da mulher maravilha. Foi a própria Lynda Carter quem convenceu os estúdios a escolherem Debra para o papel.
Debra Winger e Lynda Carter
: Lynda e Roy Rogers
Durante seu contrato com a série, a atriz foi escalada por Francis Ford Coppola para fazer a playmate Bunny no clássico Apocalypse Now (Idem, 1979). Mas uma tempestade destruiu os sets de filmagem e muito do material já rodado, atrasando a produção em dois meses. Quando finalmente voltariam a filmar, ela teve que deixar o projeto para voltar a gravar a série. A atriz Colleen Camp então a substituiu.
Ao fim da série Lynda não repetiu o sucesso da televisão no cinema. Ela atuou em alguns telefilmes, como A História de Rita (Rita Hayworth: The Love Goddess, 1983) e Porque eu Posei Para a Playboy (Posing: Inspired by Three Real Stories, 1991). em a História de Rita deu vida a lendária atriz Rita Hayworth, a estrela de Gilda (Idem, 1946).
Lynda Carter como Rita Hayworth
Ela ainda fez duas séries para a TV: Jogo de Damas (Partners in Crime, 1984) e Hawkeye (1994-1995), mas ambas não passaram da primeira temporada.
Paralelamente, investiu na carreira de cantora, que inciou antes mesmo de começar a atuar. A partir da década de 2000 começou a fazer participações especiais em filmes e séries, que a resgataram de um ostracismo de alguns anos.
: Com Loni Anderson em Jogo de Damas
Em 2005 atuou em Os Gatões: Uma Nova Balada (The Dukes of Hazzard, 2005), remake para o cinema de uma famosa série de televisão da década de 70. Em 2016/2017 fez participações regulares na série Supergirl, interpretando Olivia Marsdin, a presidente dos Estados Unidos.
: Willie Nelson e Lynda Carter em Os Gatões
: Lynda Carter na série Smallville, em 2007
: Lynda Carter (como ela mesma) com Jon Cryer, em Dois Homens e Meio (Two and a Half Man, em 2013)
: Com a atriz Melissa Benoist em Supergirl
Paralelamente a sua carreira, Lynda Carter também dedica seu tempo a causas humanitárias. É militante dos direitos dos homossexuais, e faz campanha para arrecadar fundo para pesquisas para o tratamento do câncer de mama.
Diego Nunes é gaúcho, formado em Rádio e TV pela Universidade Metodista de São Paulo, é pesquisador da memória cultural e artística, e sua paixão é o cinema. Além disso, atua como diretor cultural da Pró-TV, Museu da TV Brasileira, e no departamento de arquivo da Rede Record de Televisão.
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