André Lima pode ser o candidato a deputado estadual do MDB do prefeito Cristian Wasem, em Cachoeirinha.
O advogado, que é assessor especial do prefeito e preside o partido, foi o responsável pela montagem da coligação da reeleição e é uma espécie de ‘gerentão’ do governo.
– Não é momento para tratar disso – respondeu ao Seguinte:.
Mas, pelo que apurei com uma série de fontes, Lima tem pretensões eleitorais, já teria articulação com políticos da base governista e relações estaduais no partido, além do principal: o aval do prefeito para construir uma candidatura.
A reeleição de Cristian Wasem – com 47.364 votos (71,86%), uma das maiores diferenças proporcionais do país nos votos válidos, em relação ao segundo colocado, David Almansa (PT), que recebeu 18.550 votos (28,14%) e tinha como vice o terceiro colocado na eleição suplementar de 2022. Dr. Rubinho (PSDB) – garantiu a segunda maior prefeitura do MDB no Rio Grande do Sul, atrás apenas de Porto Alegre.
Lima, com a delegação de confiança do prefeito, foi articulador da coligação Cachoeirinha no Rumo Certo (MDB / PP / PSD / PDT / REPUBLICANOS / AVANTE / PODE), que, também com o ‘apoio crítico’ do PL de Bolsonaro, reuniu 15 dos 17 vereadores. Os únicos oposicionistas eram seu adversário à Prefeitura, Almansa, e Deoclécio Melo, do PSDB do vice, Rubinho.
Fez André Lima o PL retirar uma candidatura a prefeito aos 53 de segundo tempo, transformando a eleição em um plebiscito, e em um momento em que o governo investia R$ 30 milhões em obras de um financiamento de R$ 80 milhões para infraestrutura – por incrível que pareça, Cristian vai fazer mais obras depois, do que antes da reeleição.
O MDB que o advogado preside saiu das urnas com a maior bancada, cinco entre os 17 vereadores eleitos para o mandato 2025-2028: Cléo do Onze, Otoniel Gomes, Marcelinho, Zeca Transportes e Flávio Cabral.
Tem também a articulação de Lima o acordo para os quatro anos da presidência da Câmara de Vereadores, o que reportei em Quem é a vereadora favorita para presidência da Câmara de Cachoeirinha.
Em #DasUrnas | O 7 a 1 de Cristian: o ‘povo pelo povo’ escolheu seu ‘prefeito pelo povo’ em Cachoeirinha, artigo no qual analisei a vitória de Cristian em 6 de outubro, escrevi:
“André Lima conseguiu superar a identificação como advogado do prefeito cassado Miki Breier (PSB) e se consolidou como principal articulador político de Cristian”.
E acrescentei:
“Presidente do partido do prefeito, ao menos no imaginário de qualquer neófito na cobertura política André Lima já figura como nome para a sucessão, mesmo que o candidato natural seja o vice reeleito, Delegado João Paulo (PP) – outro acerto de Cristian”.
Ao fim, é isso. A política é um Ouroboros. As eleições nunca terminam. Termina uma, já se projeta outra. Não só em Cachoeirinha.
Ah, mas o ‘Malvadão’ – apelido dado por alguns amigos pelo pragmatismo em relações políticas e, principalmente, dizer as coisas sem mandar recado – não tem votos!?!, ouvi de alguns.
Pois reputo nunca ter concorrido, ser um ‘outsider das urnas’, não tira a legitimidade para André Lima construir uma candidatura – nem a deputado, em 2026, nem à sucessão do prefeito em 2028.
São os fatos, aqueles chatos que atrapalham argumentos: em Gravataí, Luiz Zaffalon, reeleito em 2024, iniciou a campanha pela sua primeira eleição, em 2020, com 1% dos votos e foi eleito com 51% dos votos, sem nunca antes ter concorrido.
Era o ‘gerentão’ do governo.
Tinha o prefeito Marco Alba como ‘Grande Eleitor’.
Em Cachoeirinha, 2026 pode ser o teste do prefeito Cristian como ‘Grande Eleitor’.