RAFAEL MARTINELLI

Por que Eduardo Leite errou ao ir ao show da Ivete Sangalo com RS ainda enlutado pela tragédia das cheias; Nem Céu, nem Inferno: Terra

Sobre a polêmica da vez, na mídia grande ou alternativa, e no Grande Tribunal das Redes Sociais, associo-me à jornalista Juliana Bublitz, de GZH, em seu artigo Por que Eduardo Leite errou ao ir a um show menos de um mês após a tragédia climática no RS:

Nem ao Céu, nem ao Inferno: Terra.

Sigamos no texto.

Governar tem ônus e bônus. Um dos custos para quem assume um cargo público como o de governador do Estado é o fim da privacidade e a certeza – ainda mais em um mundo permanentemente conectado – de que cada um de seus passos será monitorado, escrutinado e publicizado, seja nas redes sociais, jornais ou em sites de fofoca. 

Qualquer ato – qualquer um mesmo – pode virar polêmica. E, muitas vezes, vira. Eduardo Leite que o diga. O governador está causando controvérsia nas redes por ter ido ao show de Ivete Sangalo em São Paulo, com o namorado Thalis Bolzan, enquanto os municípios atingidos pela enchente no Vale do Taquari seguem em estado de calamidade.

A tragédia climática que se abateu sobre a região completa um mês na próxima quarta-feira (4), uma data simbólica, que chegará com uma série de reportagens, mostrando como está indo a recuperação. A situação nas cidades afetadas segue difícil, e ainda há previsão de mais chuva pela frente. 

Desde o início, Leite agiu como se espera de um líder: foi pessoalmente aos locais prejudicados, mobilizou forças e recursos que não tinha, buscou apoio de forma insistente em Brasília, se desdobrou para ajudar e agiu com espírito republicano e humanista – algo que anda em falta entre políticos hoje em dia.

Nem por isso, o governador acertou ao ir ao tal show. 

Leite tem todo o direito de fazer o que bem entender, que fique claro – ainda mais, se for com dinheiro do próprio bolso, como neste caso -, mas calculou mal o impacto de sua presença no evento. Como era de se esperar, acabou se tornando alvo de críticas tanto da esquerda quanto da direita, muitas delas capciosas e injustas.

Condená-lo ao luto eterno, como escreveu a Rosane de Oliveira, é um erro, claro. E é um equívoco, também, cair na vala comum do tribunal inquisitório das redes (que poderiam muito bem se chamar “antissociais”). Ainda assim, para evitar a repercussão negativa, que já chegou até aqueles que perderam tudo, teria sido prudente esperar um pouco mais – até para não dar margem aos oportunistas.   

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