educação

Por que o estado botou abaixo a Escola Carlos Bina do Xará

Prédio construído em 2002 em terreno do estado deveria funcionar provisoriamente, até que os filhos das famílias removidas para o Xará fossem remanejados para escolas próximas

O ronco forte de uma retroescavadeira, o barulho de telhas sendo quebras e paredes ruindo, marcaram a demolição de uma escola – ou do que deveria ser uma escola! – que vinha funcionando provisoriamente há 17 anos no Loteamento Xará, altura da parada 103 da RS-030, em Gravataí, e provocaram diversas manifestações de moradores da região e pais de alunos.

Construída no ano em que as famílias mudaram para o novo loteamento, em uma área cedida pelo governo do estado e com obras custeadas pela Prefeitura, lá em 2002, o puxadinho funcionava como um anexo da Escola Estadual Carlos Bina, mesmo a quase oito quilômetros da sede oficial do educandário que fica no Parque dos Anjos.

Vários populares se juntaram na rua da escolinha para ver a demolição, não faltou quem documentasse com fotos ou filmasse o trabalho, e muito menos quem criticasse o governo do estado e a administração municipal.

— Achei uma falta de respeito com os alunos e os pais marcar uma reunião e no mesmo dia destruir a escola por que os pais nao forao avisados deixarao pra avisar no dia que coloca a escola pro chão (sic) — escreveu uma internauta.

 

Segurança

 

A titular da 28ª Coordenadoria Regional de Educação, professora Marta Ribeiro de Ávila, disse há pouco para o Seguinte: que a demolição teve a finalidade de preservar a segurança dos alunos, professores e da comunidade em geral. A construção estava em situação precária, segundo ela.

Marta afirmou que os alunos estudavam em condições “indignas”, e que quando andavam pelo prédio as vezes o pé “afundava” nas tábuas podres. A demolição, de acordo com a coordenadora, foi recomendada após vistoria feita há menos de duas semanas por técnicos da Coordenadoria Regional de Obras.

A coordenadora de Educação informou que ontem à tarde se reuniu com pais de alunos – foram chamados 64 pais ou responsáveis e só 28 compareceram – quando recomendou que os estudantes, do 1º ao 5º ano, fossem remanejados para a Escola São Paulo, no distrito de Morungava, que fica mais próximo do loteamento.

 

As opções

 

Muitos dos pais, porém, querem que os filhos continuem na Carlos Bina, alguns por já terem outros filhos estudando no estabelecimento, só que agora na escola do Parque dos Anjos, tanto que a 28ª CRE já está providenciando o cadastramento e documentação necessários para disponibilizar o transporte escolar.

— Continuamos disponibilizando a todos os pais as vagas que forem necessárias nas escolas São Paulo, que fica no distrito de Morungava, e na Carlos Bina. Basta que nos procurem — disse Marta Ávila.

Ela também disse estar tranquila com as medidas que adotou e que acabaram na demolição do que, popularmente, é chamado de anexo da Carlos Bina.

— Particularmente, estou certa de que agi da forma correta, de acordo com a legalidade, com prudência e adotando todas as precauções necessárias para segurança de todos da comunidade escolar.

 

Breno Garcia

 

A coordenadora da 28ª ainda falou que não há previsão de construção de uma nova escola no Loteamento Xará, e que a demolição do anexo não tem relação com o Loteamento Breno Jardim Garcia para onde devem mudar mais de 2,2 mil famílias e que deverá ter toda infraestrutura de educação, da Educação Infantil ao Ensino Médio.

 

ELA DISSE

 

— A sede da escola Carlos Bina é mais distante? É, sim! Mas eles vão estudar com dignidade, em uma escola bonita, segura, climatizada, com toda infraestrutura de que podem necessitar.

Marta Ribeiro de Ávila
Coordenadora da 28ª Coordenadoria Regional de Educação – CRE

 

Confira o vídeo da demolição publicado por Clarice Silva em sua rede social no Faceboook clicando na imagem abaixo.

 

 

 

 

 

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