RAFAEL MARTINELLI

PP nega existência de documento liberando vereador eleito de apoiar Zaffa durante a eleição de Gravataí; A fraude e o fantasma da cassação

Roger Correa é vereador reeleito e presidente do PP de Gravataí

O PP de Gravataí divulgou nota após a publicação dos artigos Documento da pré-campanha justifica perda de cargos pelo PP no governo ‘Zaffa 2’; O mimimi e o futuro atrás e Neri diz que não condicionou filiação ao PP a liberação para escolher prefeiturável na eleição de Gravataí: “sempre fui fiel a Zaffa”.

Siga os principais trechos do documento, assinado pelo presidente, Roger Corrêa; o vice-presidente, Ézio Scarpare e o secretário-geral Renato Garcia.

“Vem a público esclarecer que o documento que deu origem a referida matéria é absolutamente desconhecido dos integrantes da executiva municipal progressista, em especial, assinatura atribuída ao presidente não condiz com a assinatura do mesmo”. 

“Tal documento, possivelmente, foi confeccionado e reproduzido no intuito de desmerecer e enfraquecer a representatividade da legenda diante dos resultados do último 06 de outubro”.

“Os integrantes da executiva, vinculados na matéria, rechaçam veemente o teor do documento. Sendo o que havia para esclarecer”. 

Sigo eu.

O vereador eleito Hiago Pacheco e o suplente Gilson Bocão – que conforme o documento (que circulou pelas mãos de políticos, de alto e menor escalão, e do partido inclusive) teriam autorização da direção do PP para fazer campanha para Marco Alba (MDB) e não seguir o PP no apoio à reeleição do prefeito Luiz Zaffalon (PSDB) – não quiseram comentar a nota.

– Prefiro não opinar quanto às minhas suspeitas – disse ao Seguinte: o presidente e vereador reeleito Roger Correa, respondendo sobre quem desconfiava teria perpetrado o que, com a negativa de que o documento exista, salvo melhor juízo, caracteriza-se uma fraude.

Porém, a negativa do PP de que tenha liberado Hiago e Bocão para fazerem campanha para candidatura diversa daquela definida em convenção não deve alterar a intenção do governo ‘Zaffa 2’ de, na fórmula da distribuição dos quase 300 cargos na Prefeitura, descontar da cota do PP os votos dos dois políticos que restaram na oposição no período eleitoral.

E, sem o documento, resta o vereador eleito Hiago sempre com uma espada sobre a cabeça. Pode, a qualquer momento, alguém do partido pedir sua expulsão e buscar a cassação de seu mandato por infidelidade partidária. Afinal, é notório que fez campanha para Marco Alba.

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