RAFAEL MARTINELLI

Codes: Prefeito Zaffa dá para crise climática a importância que merece em Gravataí

O prefeito Luiz Zaffalon (PSDB) está dando a prioridade que merece a crise climática em Gravataí. Foi a pauta principal da primeira reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (Codes) de 2024.

Zaffa convidou representantes do poder público, concessionárias de água e energia e a sociedade para falar sobre o tema e buscar alternativas para o futuro, sob o tema “Preparar Gravataí para novos tempos”, no auditório da Dana.

O prefeito disse que o município precisa estar preparado e “com um plano factível”, que possa ser colocado em prática. E com crise climática incluída no orçamento público.

– Precisamos investir nessa questão. O orçamento público precisa ter uma verba permanente para tratar, por exemplo, do desassoreamento dos arroios. Nós, como sociedade, temos que desenvolver um programa de conscientização, pois este problema também é nosso, não é só apenas da Prefeitura – disse.

– É uma pauta mundial. Precisamos de um planejamento para os próximos anos, para que não precisemos, a cada evento desses, reconstruir toda a cidade – disse o vice-prefeito, Dr. Levi Melo (Podemos), que no Codes transmitiu o cargo ao prefeito que estava em férias.

Com objetivo de trazer alternativas para o plantio de árvores e evitar as quedas nas ruas, avenidas e sobre as redes de energia, o secretário de Meio Ambiente (Sema) Diego Moraes, o diretor técnico da secretaria José Alberto Cariolatto e o fiscal ambiental Tiago Rieger falaram sobre uma “Arborização mais segura”.

Um dos pontos levantados na apresentação foi a necessidade da adoção de medidas preventivas para reduzir os riscos associados à queda de árvores.

Entre os principais pontos estão; a regulamentação do tema, com alterações legislativas para incentivar o manejo vegetal passível de risco; programa preventivo de poda; educação para prevenção; aplicação de medidas de controle para garantir a segurança da infraestrutura pública e privada.

Já o gerente de relacionamento com o poder público da RGE Sul Distribuidora Gaúcha de Energia Cristiano Machado Pires falou sobre “O impacto da vegetação na rede de distribuição de energia”.

– Quero parabenizar a prefeitura de Gravataí por reunir todos os envolvidos neste tema, poder público e representantes das concessionárias. Assim poderemos estabelecer um plano de arborização que conviva de forma benéfica com a cidade, não gerando problemas como o ocorrido no mês de janeiro – disse.

Cristiano explicou que, após a tempestade de 16 de janeiro, 125 mil pessoas ficaram sem luz em Gravataí. De acordo com o gerente de relacionamento da RGE Sul, milhares destes casos foram causados por conta da queda de árvores nas redes de energia.

– A legislação precisa ser revisitada, para que trate de forma abrangente das devidas realizações e trato com as árvores, mas, claro, dentro das propostas da Sema, para que faço o manejo e manutenção – reiterou.

O professor de geografia e do curso de pós-graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Francisco Eliseu Aquino, alertou, porém, para a necessidade da arborização para enfrentar a crise climática.

Na apresentação “Desafio das mudanças climáticas e suas conexões com o Rio Grande do Sul” ele disse que os pesquisadores buscam compreender melhor o estado natural do sistema terrestre, toda a natureza e biodiversidade de cada região para buscar alternativas que tenham eficácia em cada região.

– Precisamos assumir, na agenda pública, que isso tem que ser encarado e todo município que faz isso sai na frente, protege a vida e protege a economia. A saída mais barata é a preservação da natureza e o plantio seguro de árvores. Pois as tempestades serão cada vez mais vigorosas e frequentes – alertou.

O geógrafo advertiu que o Rio Grande do Sul e Gravataí serão cada vez mais atingidos pelas catástrofes climáticas.

Ao fim, Zaffa deu a senha: a crise climática precisa ser uma prioridade também municipal.

Corretíssimo. As tragédias não respeitam mais intervalos de décadas. Só em Gravataí, em apenas quatro meses dois fenômenos naturais provocaram destruição em todas as regiões do município.

Para isso é preciso mais que estudos, como o Plano Municipal de Drenagem, que deve ficar pronto no meio deste ano. Tem que ter orçamento para execução. Bom é que o prefeito disse exatamente isso em sua fala.

E, insisto sempre, no caso do Plano Diretor, o projeto do governo respeita a ‘mancha de inundação’ prevista pela Metroplan, para evitar construções e empreendimentos em áreas alagadiças; leia em A polêmica sobre vídeo de Zaffa e a Greta Thunberg no Plano Diretor de Gravataí; Assista.

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