O ‘F5’ no Diário Oficial pegou o presidente da Câmara de Gravataí, Alison Silva (MDB).
O vereador teve indicações na Prefeitura demitidas pelo prefeito Luiz Zaffalon (MDB), após apresentar emendas ao Código Tributário, apesar do pedido do governo para votação do projeto na íntegra, além de cobrar o pagamento do ‘piso em cascata’ do magistério na abertura da sessão solene para entrega do Prêmio Professora Wilma Camargo 2023.
A fala, investida do cargo de presidente do legislativo, e feita com a presença da secretária da Educação Aurelise Braun, que representava o prefeito, revoltou vereadores da base do governo; leia em ‘Climão’ entre vereadores: presidente da Câmara cobra piso do magistério em sessão solene em homenagem a professores de Gravataí; O marco divisório.
Até as demissões, Alison restava no que chamo ‘Situação B’: os vereadores com cargos no governo, mas que apoiam a candidatura do ex-prefeito Marco Alba (MDB) e não a reeleição de Zaffa.
– Demitiram até CC que não indiquei – disse o presidente, em evento onde nos encontramos.
– Se ele fez o que fez com o Marco, que fez tudo por ele, tu acha que não faria comigo? – resignou-se o vereador que já não tinha boa relação com Zaffa desde que, no ano passado, no Gabinete do Prefeito, discutiram com batidas na mesa e contemporização da ‘turma do deixa disso’.
Reputo as demissões representam uma das batalhas marcantes na III Guerra Política de Gravataí: Zaffa x Alba, pós Abílio x Oliveiras e Bordignon x Stasinski. Afinal, é o presidente de um poder, o legislativo, um dos políticos mais próximos de Marco Alba e filho do falecido ex-prefeito Acimar da Silva.
Inscrevo, nos anais da política da aldeia, o episódio tão simbólico quanto as demissões de CCs do vereador Alan Vieira (MDB), outro entre os mais próximos de Alba, e de secretários ‘do Marco’ como Paulão Martins, coronel Flávio Lopes e Paulo Garcia; leia em Ao demitir cargos de Alan, prefeito Zaffa decreta Queda do Império do MDB de Marco Alba em Gravataí; Quem ganha, quem perde? , Ao demitir Paulão, Zaffa afirma autoridade de prefeito, mas dá um tiro no coração do MDB de Gravataí; Mas, calma: sem Putins, a guerra resta adiada , Demissão do secretário Paulo Garcia é confirmação de que Zaffa é candidatíssimo contra Marco Alba em 2024; A III Guerra Política de Gravataí a um passo do inferno, ou do céu e Cai Coronel Flávio: Zaffa exonera mais um secretário de confiança de Marco Alba; A III Guerra Política de Gravataí e as melancias.
Ao fim, a III Guerra Política – que quando publiquei a expressão pela primeira vez ouvi, tanto de Marco, quanto de Zaffa, sobre estar exagerando – com a chegada do ano eleitoral aproxima-se, com perdão da comparação, da fase ‘Faixa de Gaza’.
Não há ponto de retorno.
Semana passada, no grupo de WhatsApp do Codes, que é o conselho de desenvolvimento econômico e político da Prefeitura, o médico Alberto Rebelato arriscou ser o embaixador do Brasil na ONU e apelou por uma reaproximação dos dois.
Ao comentar no grupo o artigo do Seguinte:, Bordignon e Dimas prometem ‘piso em cascata’ para o magistério caso cheguem à Prefeitura de Gravataí; A prioridade peremptória, Rebelato postou:
“(…)
Boa tarde amigos conselheiros.
Gosto de falar com o coração e confesso que gosto demais do nosso prefeito e também do ex-prefeito Marco e tenho quase certeza que se os dois não sentarem em uma mesa e apararem as arestas e decidirem quem vai ser o vice de outro no ano que vem, corremos sério risco da esquerda voltar a assumir a nossa cidade e vai ser um retrocesso, pois ambos fizeram e fazem um excelente mandato. Amigo Zaffa ainda está em tempo para dialogar e não diluir os votos dos nossos eleitores. Pronto falei.
(…)”
O resultado?
Não recebeu, como a resolução na guerra Israel-Palestina, só o veto dos ‘Estados Unidos’. Da direita à esquerda, desagradou todos os ‘Estados Desunidos de Gravataí’.