RAFAEL MARTINELLI

Prefeito Zaffa sonha com um novo Aeroporto Salgado Filho em Gravataí; A ‘Porto Alegre Alta’ que pode emergir da catástrofe

Aeroporto Salgado Filho alagado

A Gravataí que, apenas com inundações mais graves nos bairros pobres de sempre, hoje socorre 2 mil pessoas de municípios vizinhos, tende a se tornar a ‘Porto Alegre Alta’, para moradia e investimentos, após a maior catástrofe climática da história do Brasil.

O prefeito Luiz Zaffalon, enquanto garante que vai “antecipar investimentos que já estavam na agenda” para mitigar alagamentos históricos em bairros como Vila Rica e Parque dos Anjos, disse em conversa com o Seguinte: que acredita que Gravataí será um dos caminhos da reconstrução da região metropolitana.

Zaffa sonha com a atração de um megainvestimento: um novo Aeroporto Salgado Filho para Gravataí.

– Grandes cidades do mundo já fizeram isso, retirando aeroportos de áreas de risco. Estamos às margens da Freeway, a minutos da Capital – observou, nesta terça-feira em que notícias da Fraport Brasil, que administra o Salgado Filho desde 2018, são de que técnicos ainda não conseguiram fazer um levantamento necessário dos danos, quanto menos projetar uma reabertura da operação.

– É uma idéia para o futuro, que trato com cuidado. O momento é de prestar socorro àqueles que perderam tudo, e aqui estamos preparados para abrigar por um bom tempo. Mas a reconstrução do Estado trará mudanças inevitáveis na disposição das cidades – alerta, prevendo ainda mais procura por áreas em Gravataí para instalação de centros de distribuição.

– Já somos um pólo logístico – lembra, com investimentos recentes como o CD das Farmácias São João, onde a Central de Abastecimento do Rio Grande do Sul (Ceasa-RS), maior base de fornecimento de hortigranjeiros do Estado, funciona provisoriamente desde o dia 8; leia em Ceasa monta operação provisória em Gravataí, no centro de distribuição da São João.

– Ouvi entrevista do empresário Irio Piva, dono da Elevato e presidente do CDL POA, onde contava que tem dois CDs: um em Porto Alegre, perto do aeroporto, que cheio d’água e inacessível, outro em Gravataí está operando a pleno – compara.

– A própria Ceasa pode operar definitivamente aqui. E a Rodoviária, por que não? O que não tenho dúvidas é de que a procura por moradia em Gravataí vai aumentar. Aqui terrenos e prédios ganharam outro valor – avalia, sabedor de que jogadores do Grêmio que são moradores do Alphaville já convidam colegas para residir no município.

Sobre os investimentos anti-alagamento em Gravataí, Zaffa prepara um “plano emergencial em cima das fraquezas que identificamos”.

– Por exemplo: casas de bombas provisórias na Vila Rica, Vale Ville e Caça e Pesca; continuar o desassoreamento agora mais forte no arroio Barnabé, já que no Demétrio o sucesso foi enorme e a Amapá já estava seca nesta manhã; além de mais obras para minimizar estragos na Morungava e Itatiaia – lista, acrescentando que espera a conclusão em setembro do Plano de Drenagem e Manejo das Águas Pluviais, “de onde vai vir um diagnóstico perfeito”.

O “diagnóstico perfeito”, em estudos preliminares, já aponta para a necessidade de pelo menos R$ 300 milhões em obras; leia mais em Obras anti-alagamento custam investimento dos últimos quatro anos em toda Gravataí; Você está pronto para essa conversa?.

– Mas tudo a seu tempo: agora é rezar e ajudar o RS se reconstruir. Não tenho dúvidas, porém, de que Gravataí mudou de patamar e tem quem estar na pauta da reconstrução – conclui o prefeito.


LEIA TAMBÉM

Gravataí é uma ilha em meio ao Grande Rio da Região Metropolitana. Uma ‘ilha do bem’; entenda o cenário

A maior catástrofe da História do Brasil: Gravataí, entre o socorro aos seus e outros, e as necessidades do futuro; Ninguém fica para trás

Participe de nossos canais e assine nossa NewsLetter

Facebook
WhatsApp
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Conteúdo relacionado

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Receba nossa News

Publicidade