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Prefeitura não vai liberar dinheiro para escola de samba de Gravataí

No desfile de 2013, em Porto Alegre, Acadêmicos apresentou samba sobre 250 anos de Gravataí

Pelo terceiro ano consecutivo a prefeitura não vai liberar recursos para a Acadêmicos de Gravataí e o carnaval de rua.

Em post no Facebook a escola de samba comunicou que, por falta de recursos públicos e privados, não vai participar do Carnaval não oficial de Porto Alegre, do qual já foi vice-campeã, em 2016, e desfilava há 35 anos.

A expectativa é por uma muamba em Gravataí.

– Por este Carnaval ser atípico, não oficial, sendo gerido pelas entidades que estão organizando e vão desfilar, foi dada oportunidade de livre escolha para todas as agremiações do grupo especial e de acesso. Assim, nós da Acadêmicos, juntamente com a diretoria, decidimos não participar – declarou o vice-presidente da ‘Onça Negra’, Anderson Nascimento, em entrevista para a jornalista Paloma Vargas, publicada no CG desta quarta.

Desde 2017 o Carnaval não recebe mais verbas da Prefeitura, nem em Porto Alegre, nem em Gravataí. Conforme a secretária de Cultura Fernanda Fraga, o prefeito Marco Alba (MDB) está impedido de liberar recursos pela lei 13019, que especifica a necessidade de lançamento de um edital aos moldes da 8666, a ‘lei das licitações’.

– Lançando uma concorrência pública não poderíamos estabelecer limites geográficos para beneficiar a Acadêmicos – explica a secretária, que lembra também que há pendências na prestação de contas da escola, ainda de outros carnavais.

– Estamos estudando a realização de uma muamba, mas a escola não poderia receber cachê. A Prefeitura entraria apenas com a estrutura do evento – informa Fernanda, que projeta uma decisão até a sexta-feira.

Fato é que a festa mais tradicional do ‘país do carnaval’ não anda tão popular assim. Quase oito em cada dez pessoas concordam com corte de verbas para o Carnaval, conforme levantamento feito no ano passado pelo Instituto Paraná Pesquisas, por encomenda do jornal O Dia. A força dos 78,5% é amplificada, e preocupante, para as escolas de samba, porque as entrevistas foram feitas no Rio de Janeiro – onde circula o grosso dos R$ 11 bilhões que, se calcula, 10,6 milhões de brasileiros e 400 mil estrangeiros gastem, entre os carnavais da cidade maravilhosa, Salvador, Recife, Olinda, São Paulo e Belo Horizonte.

Alguém acredita que os números seriam diferentes caso a pesquisa fosse feita em Gravataí?

O Carnaval parece viver hoje, pelo menos perante a opinião pública, a sua Quarta-Feira de Cinzas.

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