Qualquer futurologia sobre a eleição da próxima Presidência da Câmara está sob o signo do TSE.
Se a suprema corte eleitoral validar os votos em Daniel Bordignon (PDT), ele será diplomado prefeito e terá o poder da caneta.
Se o tribunal diplomar o segundo colocado, Marco Alba (PMDB), o atual prefeito continuará sendo servido de café quentinho.
Se o TSE confirmar a impugnação de Bordignon e marcar novas eleições, tudo pode.
Vamos analisar o quadro sob esse cenário, que é a principal aposta nas articulações dos bastidores do meio político.
Para facilitar a leitura, profetizemos que serão novamente candidatos Marco, Anabel Lorenzi (PSB) e Levi Melo (PSD), e o PDT, de Bordignon, concorrerá com Cláudio Ávila ou Rosane Massulo.
Oposição a Marco tem maioria
A maioria da nova Câmara é hoje oposição a Marco. Ou, para delimitar as fronteiras sempre conflituosas da política, está oposição. A unidade desse grupo garantiria os 11 votos necessários para ganhar a Presidência da Câmara – cujo(a) escolhido(a), neste caso de nova eleição, assumirá a Prefeitura interinamente até o próximo prefeito ser escolhido pelas urnas, talvez apenas em março.
Reconciliação com ex
Já para Marco ganhar a Presidência, precisaria de apenas um voto.
Talvez a composição mais palatável fosse trazer de volta ao governo o grupo do atual vice-prefeito Francisco Pinho e seu PSDB, que tinha Beto Pereira como vice de Anabel, e viu eleitos dois vereadores, Áureo Tedesco e Neri Facin.
Facin é o nome
Nas ondas eletromagnéticas de muitos celulares Pinho já apontou Facin como seu indicado à Presidência.
Marco e Pinho se acertando na DR, Facin, eleito para seu primeiro mandato, sentaria na cadeira do prefeito e Marco poderia seguir dando as cartas, aos moldes do que fez em 2011, quando Nadir Rocha (PMDB) assumiu a Prefeitura interinamente, e depois Acimar da Silva (PMDB) foi eleito prefeito de forma indireta, após a cassação da prefeita Rita Sanco (PT).
Para isso acontecer, Marco teria que confiar em uma aliança com Pinho nas novas eleições, sentimento que ficou abalado com a saída do grupo do vice do governo em julho, às vésperas das convenções partidárias.
Como autodefesa, Pinho só aceitaria qualquer negociação indicando o presidente ou o vice de Marco numa nova eleição.
Plano 'menos pior'
Um plano B para Marco, também na linha do ‘menos pior’ para suas pretensões, talvez seja entregar a Presidência ao PSD, já que Bordignon foi seu principal adversário, ganhou a eleição nas urnas, e Anabel ficou em terceira, mas sem Bordignon como candidato poderia crescer em cima dos votos da 'esquerda'.
Levi, além de ter ficado em quarto na eleição, tem origem no PMDB, que deixou (descontente, é verdade), em 2014, mas onde até hoje tem a simpatia de muitos que cercam o prefeito.
A surpresa
O passo seguinte para Marco seria engolir o sapo indicado pelo PSD. Onde talvez o mais aceitável para ele cause espanto. Um 'sapo barbudo', Dimas Costa.
Não porque morra de amores pelo vereador, que tanta oposição e críticas lhe fez durante o mandato e as faz até hoje. É simplesmente porque ele, Marco, e Dilamar Soares, outra estrela do PSD, não querem mais conversa um com o outro.
Solteiros, nos anos 90, já dividiram o mesmo teto. Hoje, não há ponte que os una.
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