política

Prev(s)idência: Anabel, Dila e PDT entram pela porta de Zaffa, os Bordignons saem por outra; Agora tudo é GreNal na política de Gravataí

Atual cúpula do PDT foi recebida pelo prefeito, o secretário da Fazenda, Planejamento e Orçamento, Davi Severgnini e a diretora-presidente do Instituto de Previdência dos Servidores Municipais de Gravataí (IPG), Janaína Balkey

Se pela manhã Anabel Lorenzi, Dilamar Soares e José Amaro Hilgert entraram pela porta do gabinete do prefeito Luiz Zaffalon (MDB), Daniel e Rosane Bordignon devem sair do PDT de Gravataí ainda nesta segunda-feira.

A presidente, o vereador e principal articulador da aproximação, e o ‘filho político’ do histórico pedetista José Mota, aceitaram o convite de Zaffa para debater a reforma da previdência, o que tratei em Acerta Zaffa com a reforma da previdência de Gravataí; Uma ’pauta-bomba’ para muitos desarmarem.

Os ‘Bordignons’ – professores, refratários à tunga no funcionalismo e cada vez mais próximos do segundo colocado na eleição, Dimas Costa, associados também à articulação do vereador Cláudio Ávila, como reportei em artigos como Já tem data saída dos Bordignons do PDT de Gravataí; Explodiram as ’pautas-bomba’Ouroborus Gravataí: Cláudio Ávila, Bordignon e o que Lula tem a ver com isso – já teriam pronta uma carta para ser entregue ao PDT, justificando a desfiliação.

Bastaria sair a foto do partido com Zaffa, no pós ‘pauta-bomba da Sogil’, cujo subsídio de R$ 5 milhões para o transporte coletivo, sob a justificativa do governo de manter congeladas as passagens, o casal foi contra no partido.

O flash que espoca também em 2022 e 2024 (como já detalhei no artigo citado acima, projetando candidaturas de Dimas e Bordignon à Assembleia Legislativa e à Prefeitura) você vê e lê na nota divulgada pela Prefeitura no site oficial do município em Prefeito Luiz Zaffalon apresenta ao PDT projeto para equacionamento de parte do bilionário déficit previdenciário.

Reputo que, como prefeito, Zaffa age certo. Convidou o oposicionista PDT para conversar, além de ter aceitado o pedido do sindicato dos professores para debater a reforma e, diferente do aporte para o transporte coletivo, antes de enviar a Câmara de Vereadores está discutindo o projeto com sindicalistas e entidades como Acigra e Sindilojas, além dos partidos políticos.  

O gesto do prefeito representa ‘alta política’, e um movimento ‘republicano’ ao dar transparência para a entidades e políticos a um déficit previdenciário bilionário, mas também tem sua necessidade política, do voto parlamentar, o que até um outsider compreende.

É que não só nas regras a reforma da previdência é um Control C + Control V da Emenda Constitucional 103/2019, que autoriza aumento em alíquotas até 22% e tempo de contribuição que corresponde a 10 anos a mais, além da taxação de aposentados.

Como a Reforma da Previdência nacional, o rito da reforma da previdência municipal também prevê a necessidade de quórum qualificado para a apresentação do projeto do governo. Ou seja, são necessários 14 votos entre os 21 vereadores.

Na votação da ‘pauta-bomba da Sogil’, a base do governo Zaffa teve 13 votos contra 7 da oposição, entre os 21 vereadores. O presidente, Alan Vieira (MDB), só vota caso haja necessidade de desempate.

Só que, como revelei no embalo de sábado à noite em Fernando Deadpool saiu do grupo; Vereador de Gravataí desligou-se de WhatsApp da base de Zaffa, a base governista pode estar perdendo um vereador.

Fernando Deapool (DEM), atropelado por críticas por seu voto a favor do subsídio para o transporte coletivo e, hoje, herói transformado em vilão em seu ‘Grande Eleitor’, o Grande Tribunal das Redes Sociais, ligou hoje para o prefeito e para o presidente da Câmara confirmando a saída do governo.

Na ‘ideologia dos números’ do parlamento, em uma reforma que descrevo como ‘(nem tão) impopular mais inevitável, o governo precisaria hoje de pelo menos dois votos da oposição.

Que podem, ou devem vir de Dila, articulador da conversa entre Anabel e Zaffa, e de Bino Lunardi, que votou a ‘pauta-bomba da Sogil’ com o governo, mas, mas a decisão do PDT de apenas ‘recomendar’ contrariedade, sem obrigar o voto de nenhum vereador, protegeu-o de um processo de expulsão.

Thiago De Leon, o outro vereador pedetista, ainda tem comportamento meio dúbio, que chamo tábata amaral. Quando a assessoria do prefeito pediu que o PDT fosse ao gabinete com apenas três representantes, devido às restrições de aglomeração, De Leon escreveu no grupo do partido, domingo:

– Não me deixe fora.

Rosane Bordignon foi o espinho da rosa (ainda) pedetista:

– Nem me convidem!

O vereador estreante instantaneamente recuou, como se fosse para o cantinho do pensamento com a reprimenda da professora. Fato é que não estava na comitiva que nesta segunda subiu a escadaria do palacinho ocre da José Loureiro da Silva.

Ao fim, a política é um ouroboros.

Bordignon costuma usar uma frase, “Há dias que valem por anos”, que acredito ser influenciada por Lenin: “Há décadas em que nada acontece e há semanas em que décadas acontecem”.

Nos últimos dias muita coisa tem acontecido.

Para o ex-prefeito, Rosane, Dimas e Ávila, talvez o sábado tenha sido um dia desses que “valem por anos”, e 2022 e 2024 tenham descido avermelhados do céu azul da Paragem Verdes Campos, condomínio nobre onde a professora postou selfie na casa do advogado com mais um de seus textos enigmáticos – ou não, como diria Caetano:

“…

Entre a luz e a sombra… e ninguém vai roubar meu sonho…

Um sábado como hoje é o que preciso pra ser feliz por tempos… E o Deus que me protege, está em cada cor deste dia…

E não venha querer levar meu céu, pra dentro do seu inferno… porque nasci pra ser feliz.

#sorry

…”

Já para o (ainda) independente Dilamar, os últimos dias também são décadas, se lembrarmos que o vereador, mesmo oposição, e em um momento de isolamento, defendeu o amigo Zaffa quando a polícia deu atraque na casa do recém prefeito – associando-se ao que escrevi em Operação apreende até celular de prefeito de Gravataí; Vão achar um homem honesto.

Não preciso de um dia, ou uma década, para trocar uma letra, um “v” por “s”, e profetizar que Dila, que foi vítima de um mico político por ter sido preterido em 2021 por Alan Vieira, ‘filho político’ do ex-prefeito Marco Alba, é o grande nome para a Presidência da Câmara em 2022.

De Previdência, para Presidência.

E não insinuo toma-lá-dá-cá.

Dila, que nunca pediu CCs, é hoje a garantia de Zaffa, se não para aprovar, com seu voto e de Bino, para defender frente à Gravataí, com o tamanho que o projeto precisa, a reforma da previdência.  

Ao fim, como já aconteceu no golpeachment, em que Rita Sanco antecedeu Dilma Rousseff, no zeitgeist.br, o ‘espírito do tempo’ no Brasil de hoje, Gravataí experimenta já nos 130 primeiros dias do governo Zaffa o ‘nós contra eles’, o ‘Lula contra Bolsonaro’, a ‘esquerda contra a direita’, a ‘oposição contra o governo’, em seu mais simbólico binarismo.

Para aproveitar a semana: Agora tudo é GreNal!

Seja o corno que for da ferradura ideológica, canhoto ou destro, terá neste jornalista um crítico, se a política atrapalhar o cara aquele que no Acorda Gravataí estava vendendo um serrote para comprar comida para a família.

(estava postando este artigo e recebi whatsapp de meu guru Roberto Gomes de Gomes, chefão do Seguinte:, com uma frase de Leminski que sabe perfeitamente:

– Lugar onde todos têm razão, melhor não ter nenhuma.)

 

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Como um meme, Leite pintou o mapinha: Gravataí e Cachoeirinha em bandeira vermelha; 50 tons de alguma cor para volta às aulas 

 

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