Profissionais de saúde e da educação de Gravataí, familiares e responsáveis por pessoas com transtorno do espectro autista (TEA) participaram nesta terça-feira, 22, de uma oficina com roda de conversa, troca de experiências e manejo das dificuldades do dia a dia. Promovido pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) em parceria com representantes do programa TEAcolhe, do governo do Rio Grande do Sul, a formação foi realizada na sede da Associação Camaleão Azul, instituição que atende pessoas com autismo ou com deficiência cognitiva.
“A roda de conversa foi muito proveitosa, com muitos saberes sendo compartilhados. Nossa meta é ter mais encontros com as famílias e a comunidade, para que a informação seja ferramenta na busca dos direitos, dos cuidados e do acolhimento aos pacientes, familiares e cuidadores”, destacou a pediatra Lissandra Pedroso, coordenadora da Política de Saúde da Criança e do Adolescente da SMS, onde também coordena a Política de Saúde Mental no município.
Na oportunidade, profissionais da Escola Municipal de Ensino Especial (EMEE) Professora Mercedes Vicentini, da Secretaria da Municipal da Educação (Smed), também enfatizaram a importância da educação especial no desenvolvimento das crianças com autismo.
Conforme a psicóloga Cléo Medeiros, do TEAcolhe, o grande intuito do encontro foi, por meio do diálogo, poder discorrer sobre estratégias do dia a dia que podem auxiliar pais e mães nas atividades e situações diárias com crianças com TEA, como situações de crise, por exemplo. “Quem mais entende e sabe fazer o devido manejo são as mães e os pais, pois são eles que estão diariamente no convívio familiar”, defendeu a especialista.
Conforme Patrícia Rosa, presidente da Associação Camaleão Azul e mãe atípica de um homem de 21 anos – que também é atendido no espaço -, a inclusão deve começar dentro de casa, tendo em vista entender e compreender as singularidades de cada criança, adolescente e adulto com TEA. Desde 2019 em Gravataí, a associação atende mais de 200 crianças com autismo ou com alguma deficiência cognitiva. Atualmente, 259 crianças estão cadastradas e 38 são atendidas semanalmente na entidade, localizada na rua Arquimino Bitencourt, 21, no bairro São Vicente.
Camaleão Azul
A Associação Camaleão Azul é uma instituição de caráter assistencial que promove o desenvolvimento da criança e do adolescente com deficiência e estimula novas formas de bem viver. O projeto é resultado da iniciativa de mães e familiares de pessoas com autismo, síndromes e deficiências cognitivas, que vislumbram e acreditam nas possibilidades de desenvolvimento das habilidades dos seus filhos. Desse modo, a entidade busca contribuir com novas e boas práticas para familiares e para as pessoas com deficiência. Mais informações para aqueles que desejam ajudar a associação podem ser consultadas nas redes sociais do Camaleão Azul.
Abril Azul
O Abril Azul é uma campanha de conscientização sobre o TEA. Caracterizado por dificuldades de comunicação e interação social e pela presença de comportamentos e/ou interesses repetitivos e restritos, o autismo ainda não tem uma causa conhecida. O diagnóstico ocorre pela observação do comportamento e pela avaliação clínica, realizadas por profissionais de saúde.
Entre os principais sinais de TEA, estão dificuldade em interagir com outras pessoas, sensibilidade a sons e a outros estímulos sensoriais, apego incomum a determinado objeto e sofrimento ao lidar com alterações na rotina. Se houver suspeita de TEA, procure a unidade de saúde mais próxima para receber orientações e encaminhamentos aos serviços especializados.
Além disso, a Secretaria Municipal da Mulher e Direitos Humanos (SMDH) mantém o Projeto Vivências. A iniciativa visa promover um ambiente acolhedor, implementando estratégias para que as mães possam lidar com o cotidiano, por meio do desenvolvimento de habilidades de empoderamento. Para saber mais sobre o projeto, a pasta disponibiliza o contato 3600 – 7722.