Democracia é quando eu mando em você, ditadura é quando você manda em mim, dizia Millôr.
O PT de Cachoeirinha parece viver esse chato ‘dilema’, como antecipei semana passada em PCdoB apoia Lazzarotto; a briga na ’raiz’ do PT de Cachoeirinha.
Pelo que apurei, um grupo se rebela de forma extemporânea à decisão do diretório local, que após decurso dos prazos de um calendário definido por unanimidade em dezembro, teve apenas Jeferson Lazzarotto inscrito como pré-candidato a prefeito.
Sexta, Tairone Keppler também foi lançado. Com 24 anos de partido, o administrador de empresas foi apresentado como candidato do ‘PT raiz’. Um mês após o 3 de fevereiro no qual, após 60 dias de prazo para inscrição, apenas o recém filiado ex-presidente à OAB foi inscrito para disputar a Prefeitura.
Um apelo foi feito à direção estadual para que se realizem prévias. Reputo como uma medida antidemocrática o grupo ter passado por cima da direção local. Mesmo que o presidente David Almansa seja apoiador de Jeferson, cumpriu toda a burocracia recomendada pelo estatuto do PT.
Nem os 10% de votos relativos aos filiados participantes da eleição interna do PT, necessários para inscrição de uma pré-candidatura a prefeito, foram apresentados à direção local até a tarde desta terça.
Cometo uma inconfidência: na semana passada, Almansa ficou sabendo por mim que o ato de lançamento de Tairone seria na sexta!
Se na reunião que tem na próxima segunda a direção estadual do PT aceitar o recurso, então que se dissolva o diretório de Cachoeirinha, porque utilidade não tem.
A pergunta que fica é: por que Tairone, ou Volnei Borba, que desistiu da candidatura ainda em fevereiro, não foram inscritos nos dois meses de prazo aberto anteriormente?
Conclui assim o último artigo:
Ao fim, “a esquerda só se une na cadeia” é uma máxima da época da ditadura que insiste em perdurar eleição após eleição.
O PT perdeu a Presidência da República, perdeu o Governo do Estado, perdeu a Prefeitura, não tem deputados locais ou vereadores na Câmara, mas petistas se comportam como se nada pudesse ficar pior.
É subestimar a posteridade.
Sobre qual facção está certa ou errada, opino em outro artigo. Como não se falam, assim será na campanha, onde ecoará da forma mais pejorativa aquele refrão de campanha “Partido partido é dos trabalhadores”.
Sem torcida ou secação, e muito menos analisar qualidades e defeitos dos dois pré-candidatos, mas, do jeito que as coisas foram conduzidas, Tairone lembra Guaidó, aquele autoproclamado presidente da Venezuela.