Diretório do partido se reúne neste sábado para discutir se vai de candidatura própria ou faz uma aliança. Conta do SEGUINTE: indica que 60% do partido aceita uma parceria com o PDT de Bordignon – e Cláudio Ávila
ATUALIZADA E CORRIGIDA EM 30/04/2016, ÀS 8H30
O PT está sobre uma encruzilhada: amanhã, se reúne para decidir se propõe à cidade uma candidatura própria ou adere às já colocadas para disputa. Uma corrente que, pelas contas do SEGUINTE: já soma 60% do diretório, vai defender que a aliança seja com o PDT de Daniel Bordignon apesar de sua saída do PT e mesmo que ele esteja ao lado de Cláudio Ávila, algoz do governo Rita Sanco e mentor da cassação da ex-prefeita.
Outra corrente quer que a própria Rita encabece uma chapa petista – ou alguém com condições de representar o partido, enfrentar a saída de Bordignon e contrapor o governo Marco Alba, do PMDB. Os nomes lembrados são o da sindicalista Vitalina Gonçalves e do ex-secretário Valter Amaral, ambos professores.
Valter, no entanto, seria um dos defensores da aproximação com Bordignon. Ele foi secretário de Educação no primeiro governo do PT, entre 1997 e 2000. De lá para cá, teve uma relação conturbada com o ex-prefeito, que chegou a pedir ao sucessor Sérgio Stasinski que demitisse Valter da secretaria do Planejamento, na época.
Valter recompôs a relação com Bordignon há pouco mais de um ano e vinha defendendo no PT a candidatura do ex-prefeito. Chegou a ocupar interinamente a presidência do partido na cidade quando Alex Peixe foi para o PDT, a convite de Ávila. Seria dele a missão de defender a coligação com o Bordignon no diretório petista.
Nesta sexta (29), Valter publicou no facebook um comentário sobre a informação divulgada pelo SEGUINTE:, dizendo-se a favor da candidatura própria e de uma política de alianças que permita ao PT se reconstruir.
– Defendo que o PT deve ter candidatura própria! Se conseguirmos construir uma Frente Ampla e de Esquerda, que tenha como prerrogativa elaborar um Programa de Governo que leve em conta o acúmulo do que se tem produzido de mais significativo na Esquerda Brasileira – disse.
Para ler a manifestação completa de Valter no facebook, clique aqui.
Resistências: só Rita não quer
Segundo as informações apuradas pelo SEGUINTE:, só a Democracia Socialista (DS), corrente da ex-prefeita Rita Sanco, estaria em desacordo com a aliança. Rita não engole o fato de Bordignon ter se aliado a Cláudio Ávila, advogado que comandou o processo que levou à sua cassação em outubro de 2011 e rompeu a dinastia petista na cidade, abrindo caminho para vitória de Marco Alba em 2012.
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A DS, no entanto, talvez não tenha força para barrar a iniciativa.
Com Bordignon no PT, a corrente tinha cerca de 40% do diretório. Hoje, com as saídas e dissidências, chega perto de 10 votos em 32. Pelo menos um integrante da corrente admitiu, nesta sexta, que será difícil impedir a aliança, caso ela venha a ser votada no sábado.
– Mesmo saindo, o Bordignon tem gente e força dentro do PT. Ele se relaciona com lideranças do partido, como o prefeito de Canoas, Jairo Jorge. Muitos enxergam que ele é a chance de vencer a eleição – conta, pedindo para não ter o nome revelado.
Sem bancada na Câmara e enfrentando o período de maior desgaste político da sua história por conta do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff e dos escândalos do petrolão, o partido pode não ter candidato próprio pela primeira vez desde 1982, quando foi fundado na cidade.