opinião

PT, o caçador de ’traidores’; expurgo, entre cirandas e hashtags

Cristiano Kingeski tem punição aprovada em comissão de ética do PT de Gravataí

É Cristiano Kingeski quem está de aniversário nesta sexta, mas o PT de Gravataí poderia se dar um presente e rever a suspensão de cinco meses – com retratação!?! – que na próxima segunda aplicará naquele que foi o vice cassado junto da prefeita Rita Sanco no golpeachment de 2011.

O crime de Cristiano foi, em 2016, ter se afastado do partido para fazer a campanha de Dimas Costa (com quem hoje não tem mais relação de amizade ou política), quando o vereador se filiou ao insípido, inodoro e incolor PSD para concorrer a reeleição após Daniel Bordignon, à época junto a Cláudio Ávila, advogado algoz do impeachment, esvaziar o PT e se filiar ao PDT.

Não que seja absurdo o PT expulsar ou suspender um ilustre filiado por ter feito campanha para outra candidatura, quando tinha Valter Amaral concorrendo à Prefeitura, mas acontece que o partido vive em Gravataí um momento de ‘o último que restar apaga a luz’ – ou a vela.

É um purismo, ou sectarismo, a quem preferir, que transformou o partido num secador de petistas desgarrados (vejam o caso de Kingeski, que possivelmente tinha uma estrela bordada nas fraldas) e daqueles que votaram a favor do impeachment de 2011, em circunstâncias muito distantes da distopia política dos dias de hoje.

Por vezes, percebe-se um gozo maior em atacar, punir e humilhar os ‘traidores’ do que fazer movimentos contra o governo Marco Alba (MDB), por exemplo.

Nem vou falar de corruptos nunca expulsos pelo diretório nacional. O X-9 Antônio Palocci era um que 'até ontem' estava filiado ao partido, no panteão de próceres do mensalão e do petrolão.

O PT, que de ‘todo poderoso’ local sofreu o ‘golpe das urnas’ ao, em 2016, fazer menos votos que o PSol, em Gravataí, poderia usar mais a comutatividade, uma propriedade da operação matemática conhecida por adição.

Expurgos, cirandas, lacrações em redes sociais e oposição de hashtag podem render bastante conversa, exercitar teorias políticas e sociológicas e até divertir alguns, mas abrir mão de um filiado com a experiência de campanha e organização partidária que tem Cristiano Kingeski é mais próximo que se pode chegar a 'brincar de partido'.

Aí, enquanto nacionalmente um monte de ‘companheiros’ se afunda na lama, no município, que é onde se pisa no chão, poucos cobrem os calçados de poeira.

 

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