SAUL TEIXEIRA

Qual é o verdadeiro Grêmio de Mano Menezes?

Lucas Uebel/Grêmio

O que venceu São Paulo e Juventude com autoridade na Arena ou aquele que não viu a cor da bola contra o Bahia, no Nordeste?

O primeiro embala o “sonho” do torcedor com algo a mais na temporada — uma vaga na pré-Libertadores, que seja. O segundo, por sua vez, endossa o pensamento de que o campeonato de 45 pontos é a única disputa possível.

Arthur e Edenílson equilibraram o meio. Sim, gurizada! Edenílson tem sido aquilo que sempre teve capacidade de ser: um coadjuvante fundamental para a engrenagem. Ora como meia, ora aberto à direita para liberar um pouco Alysson das tarefas de recomposição, ora como segundo volante na migração para o 4-1-4-1. Não esqueçamos que futebol, mais do que nunca, é ocupação de espaços. Quem não tem cão, caça com gato!

Alysson e Amuzu se complementam pelas extremidades. Um é quase um camisa 10 aberto; o outro é um segundo atacante migrado para a linha de três meias. E Carlos Vinícius, claro! O canhoto tem sido aquilo que Braithwaite há tempos não conseguia: decisivo, com bola na rede. Até o momento, são incríveis seis gols em sete partidas, com direito a hat-trick no último domingo — algo que não ocorria desde a presença do extraclasse Luisito Suárez em solo gaúcho.

Arthur Henrique Ramos de Oliveira Melo! Posse, controle, cadência, criatividade. O camisa 29 devolveu ao time o gosto pela bola. Embora o time siga recuando as linhas para explorar o erro do rival, sobretudo quando tem a vantagem no marcador, agora existe esse repertório: a troca de passes, o apreço pelo protagonismo no jogo, a tentativa de proposição.

Sem o goiano de 29 anos, em Salvador, a derrota por 4 a 0 ficou barata — para ilustrar o tamanho da diferença. Embora longe das condições físicas ideais, Arthur tem sido exatamente aquilo que foi no título da Libertadores de 2017: um craque silencioso. Sem as manchetes dos jornais, mas a tampa perfeita para a panela de toda e qualquer equipe.

Os reforços na reta final da temporada oxigenaram e salvaram o time que andava a passos largos para o inferno futebolístico. Uma pena as lesões de Balbuena, Marcos Rocha e William, aliás, mas é o preço pelo tempo em que estiveram em inatividade.

Mas poderia ser bem pior. Afinal, desde o final de julho, o Tricolor atua apenas uma vez por semana, configurando uma vantagem física e de tempo de trabalho semanal que talvez possa ajudar agora na reta final.

Mas voltamos ao título do presente pitaco. Qual é o verdadeiro Grêmio? A partir do próximo domingo, contra o Corinthians, em São Paulo, talvez tenhamos a resposta definitiva. Acabar com a oscilação é justamente o desafio coletivo do momento. Chega de eletrocardiograma, né?

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