Tenho a rotina de todos os dias ao acordar ler as últimas notícias veiculadas nos grandes jornais. Os títulos mudam, o tema varia, a notícia pode ser de grande relevância ou somente uma cultura inútil, o que não muda nunca é a capacidade das pessoas em julgar a vida alheia.
Sem entrar no mérito de nenhuma notícia é incrível como as pessoas gospem suas idéias e "pensamentos críticos" atribuídos principalmente às minorias. Mulheres, negros, gays e pobres ficam sempre a mercê das opiniões públicas. Internet virou terra sem lei, ler comentários no facebook nos remete a uma zona de conflitos onde as pessoas ofendem, julgam, se indispôem como se seus dedos fossem gatilhos e as palavras fossem balas. Não se importam se vão atingir alguém e sentem-se blindados por uma tela de computador.
Ninguém tem informações suficientes para fazer um veredicto e colocar-se acima dos fatos e da verdade. Quando se julga alguém normalmente nos baseamos em nossas réguas e nem sempre elas estão alinhadas em um nível superior para saber o que é o melhor, o que é certo ou o que é errado.
Defeitos são parte integrante das pessoas, o que é defeito aos olhos de um, pode não ser defeito aos olhos do outro; o que é veneno para um, pode ser remédio para outro. O pente que te penteia pode não pentear a mim, na verdade gosto mesmo é do cabelo bagunçado. Julgar é tirar os olhos de nós mesmos, esquecer daquilo que realmente somos e também dos erros que inserimos em nossas vidas.
Entre um erro e outro algumas pessoas se encontram; entre um erro e outro se reconhece os verdadeiros amigos; entre um erro e outro ficamos diante de nossa verdade ou de nossa mentira; assim é o caminho de quem erra, mas pior é o caminho de quem julga, pois se coloca acima dos erros, acima do bem e do mal. E o que é certo e errado afinal?
Padrão é algo que se estabelece através de ações repetitivas, que tal mudar as nossas ações? Quem inventou a padronagem da moral e dos bons costumes?
Bom costume para mim é amar o próximo como a si mesmo, é se colocar no lugar do outro, é ter compaixão com a dor alheia, é ser generoso sem ganhar nada em troca. Que nos acostumemos a isso!
Em tempos onde tudo é público e notório com as redes sociais, cuidar de si e oferecer o bem nunca foi tão primordial.