CRISE CLIMÁTICA

Quando o clima afeta a mente: psicóloga de Cachoeirinha aborda os impactos emocionais das enchentes no RS

As enchentes que marcaram o Rio Grande do Sul em 2024 deixaram muito mais do que rastros de destruição material. Elas atingiram profundamente a saúde emocional de milhares de pessoas, gerando uma onda de solidariedade, mas também de preocupação com os efeitos psicológicos dessa tragédia.

Segundo a psicóloga clínica e professora universitária do Centro Universitário Cesuca, Susani Oliveida, além dos impactos diretos, as enchentes trouxeram à tona questões emocionais como ansiedade, estresse e até sintomas de Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT).

“Esses eventos mobilizam não só quem foi diretamente afetado, mas também aqueles ao redor, que se envolvem emocionalmente ao ver familiares, amigos ou até mesmo estranhos enfrentando situações tão difíceis”, explica a especialista, da universidade localizada em Cachoeirinha.

Um dos fenômenos observados é a chamada ansiedade climática, que se manifesta com o medo e a insegurança diante de mudanças no tempo. “Muitas pessoas passam a sentir angústia ao ouvir a previsão do tempo, temendo que uma tragédia semelhante se repita”, comenta Susani. “Mesmo fora das áreas mais atingidas, essa ansiedade é perceptível em todo o estado, reflexo de uma comoção coletiva que ainda reverbera”.

Outro ponto de atenção está relacionado à fadiga por compaixão, uma condição que afeta quem se dedicou ao apoio às vítimas, como voluntários e profissionais da saúde. “O esforço para lidar com o sofrimento alheio pode gerar exaustão emocional, dificultando o convívio social e até prejudicando a qualidade do atendimento”, destaca Susani.

A psicóloga aponta estratégias importantes para enfrentar esses desafios emocionais, como conhecer os riscos e criar planos de emergência. “A informação traz mais segurança e reduz a sensação de impotência”, comenta, destacando também técnicas de relaxamento como meditação e exercícios de respiração, que ajudam a aliviar o estresse e a ansiedade.

Susani Oliveida ainda comenta sobre a importância de uma rede de apoio. “Estar próximo de amigos, familiares e vizinhos fortalece o emocional, criando um ambiente acolhedor. Grupos de apoio e serviços de atendimento psicológico podem ser fundamentais para processar emoções e recuperar o equilíbrio”, e finaliza ressaltando que enfrentar uma tragédia como essa exige não apenas força física, mas também resiliência emocional.

“Cuidar da saúde mental é tão importante quanto reconstruir os espaços destruídos”, diz.

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