opinião

Quem fica com quem em governo e oposição

Alex Peixe, Evandro Soares, Dimas Costa, Jô da Farmácia e Bombeiro Batista

A menos de um ano da eleição de 4 de outubro, e próximo à janela que entre 4 de março e 4 de abril permite a troca de partido sem perda de mandato, afinidades ou comunhão de inimizades começam a ganhar contorno em Gravataí.

Siga no Printe & Arquive na Nuvem do Seguinte:.

 

1.

Na sexta, almoçaram com o candidato a prefeito Dimas Costa (PSD), no Queijo in Fest, em Glorinha, os vereadores Bombeiro Batista, Alex Peixe, Evandro Soares e Jô da Farmácia.

Bombeiro já é do PSD de Dimas. Peixe trocará o PDT pelo partido, ficando na oposição. Jô, que tenta ao menos liberar o PTB, que preside, para apoiar Dimas; e Evandro, do DEM, que é o mais cotado para ser o vice, saem do governo Marco Alba (MDB) em 31 de dezembro.

 

2.

Ainda na oposição, se o PDT de Anabel Lorenzi, Rosane e Daniel Bordignon perderá Peixe, tem uma certeza de filiação, o vereador Dilamar Soares (PSD); e uma expectativa, Wagner ‘Tô de Olho no Buraco’ Padilha (PSB).

 

3.

Mas não são apenas perdas que terá a base do prefeito. O governo deve ganhar um reforço que vem do PDT: o vereador Demétrio Tafras. Ele tem conversas adiantadas com o PSDB do ex-vice-prefeito Francisco Pinho e dos vereadores Mario Peres e Neri Facin.

 

4.

Airton Leal pode trocar o PV pelo MDB, para ficar na base do governo Marco Alba, caso os verdes avancem conversa com Dimas Costa.

Na eleição interna do partido o vereador apoiou Sérgio Stasinski, que defendia a manutenção da aliança com o prefeito, mas foi derrotado por Nei Rogério Soares, candidato do ex-vereador e presidente Márcio Souza, que quer conversar tanto com governo ou oposição.

 

5.

Naquela que pode ser a maior reviravolta entre governo e oposição, há pressões internas para o PSB estar com Marco Alba, a quem o partido faz oposição desde o primeiro governo, em 2013.

O presidente Paulo Silveira, vereador sempre identificado como um dos líderes oposicionistas, parece representar a última resistência.

A uma história corrente no meio político é que o partido teria acenado ao prefeito a proposta de apoiar a candidatura governista à sucessão em troca da vice, para Paulo; a presidência da Câmara para o outro vereador, Carlos Fonseca; 20 cargos na Prefeitura; o fim do Positivo (atual projeto pedagógico das escolas municipais) e a abertura de negociação para reajustar salários do funcionalismo.

Pela mesma fofoca, Marco Alba teria aceitado conversar sobre a presidência da Câmara, mas não sobre políticas de seu governo.

Fonseca, que não atendeu ligação do Seguinte:, seria entusiasta da aproximação, com o apoio de José Stédile, presidente estadual licenciado desde que ocupa a Secretaria de Obras do governo Eduardo Leite (PSDB).

O vereador teria um plano B: filiar-se ao Republicanos, partido da base do governo que tem o vereador Fábio Ávila e o médico Levi Melo, cotado para ser o candidato a prefeito do governo.

Paulo Silveira nega tudo.

– Por duas vezes conversei com o Jean (Torman, ex-presidente do MDB, procurador-geral e secretário da Saúde) sobre agendas de trabalho, nunca sobre uma aliança ou as eleições – identifica, garantindo que sua candidatura a prefeito segue mantida.

– O governo nem tem candidato ainda. Seria casamento turco, em que ninguém se conhece? Isso é chute daqueles que querem descobrir nossos movimentos. Esses dias fui à clínica Millenarium consultar com o Dr. Levi, meu médico há oito anos, e já me colocaram como vice dele em uma pesquisa que circulou em Gravataí – ironiza.

 

Analiso.

Ao fim, esse balanço de forças é natural às vésperas de uma eleição, ainda mais com os indícios, e pesquisas, mostrando três candidaturas fortes, mesmo com o bom governo de Marco Alba.

Como sempre alerto, ‘nova política’ é uma fake news. Existe a política, a delegação do voto popular na eleição democrática e a negociação de alianças, em condições normais de temperatura e pressão necessárias tanto para vencer eleições como para governar, e que interesseiros e interessados tanto tentam demonizar para depois usar o mau humor do eleitor em benefício próprio.  

Nada feio nisso, é que claro que, parafraseando Millôr, recomendando ao eleitor que sempre cuide, e julgue nas urnas, a cada quatro anos, se os políticos ‘atendem a baleia’ e, antes do interesse próprio, salvam o interesse público.

Participe de nossos canais e assine nossa NewsLetter

Facebook
WhatsApp
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Conteúdo relacionado

Receba nossa News

Publicidade