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Quem ganhou o debate?

Candidatos no estúdio da emissora pública minutos antes de começar o debate

O debate na TVE foi de primeira. Se você engatasse a segunda, teria passado por ele sem notar.

Curto, não mais de 1h30, o último encontro entre os candidatos à Prefeitura de Gravataí, e o único desta eleição na TV, não teve grandes lances, nem dos piores momentos.

O Seguinte: assistiu de casa, não foi ao morro Santa Tereza como a galera de assessores que acompanharam os candidatos. Então, não tem histórias de bastidores – apesar da fofoca de que houve certo estresse e até um surto de baixaria.

Apresentaremos um resumo – meio que comentado – do que se viu pela tela no debate que, conforme a TVE, teve 14.678 reações, comentários e compartilhamentos no Facebook e atingiu um pico de 804 espectadores assistindo ao vivo, gerando um alcance de 33.164 pessoas.

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Eu quero ser prefeito(a)

 

Por sorteio, na sorte de seu fiel escudeiro Diego Pereira ao tirar o papelzinho do jarro ainda na reunião entre a emissora e os sete candidatos, Daniel Bordignon (PDT) abriu e fechou o debate.

– Por que você quer ser prefeito(a) de Gravataí? – era a pergunta uniforme ao septeto de prefeituráveis.

– Encerrei meus governos com 92% de aprovação nas pesquisas – lembrou o ex-prefeito, citando ações de seus dois mandatos, entre 1997 e 2004.

E colocando o atual prefeito Marco Alba (PMDB) no centro dos ataques da noite.

– Quando assumi, a cidade vivia uma letargia e um atraso semelhantes a hoje.

– Fizemos uma Gravataí mais segura. Nos tornamos a cidade menos violenta da Região Metropolitana e uma referência em saúde. Devolvemos a auto-estima e o orgulho das pessoas em morar em Gravataí. Antes, muitos diziam que moravam “perto de Porto Alegre” – foi mais ou menos o que disse.

Anabel Lorenzi (PSB) veio a seguir e, usando sua característica forma de tratamento, disse “a todos e a todas” que pretendia fazer um governo ético e “comprometido com as pessoas” – frase que lembra o slogan do governo Marco, do qual saiu seu vice, Beto Pereira, que é do PSDB do atual vice-prefeito (e neste momento prefeito em exercício) Francisco Pinho.

Se Marco foi alvo da crítica de todos pelo seu governo, Anabel foi a primeira a, para bons entendedores, provocar Bordignon com a indefinição jurídica da candidatura.

Duas horas antes, o TRE tinha confirmado a impugnação do ex-prefeito, que enfrentará a eleição recorrendo ao TSE, que pode ou não validar os votos que ele receberá no domingo.

– Que o eleitor vote seguro, tenha certeza da validade do voto – disse a candidata.

Rafael Linck (PSOL) largou na frente de Valter Amaral (PT) e recitou o meme:

– Primeiramente, Fora Temer!

– E Fora PMDB! – acrescentou, revelando os primeiros movimentos de uma estratégia para atrair o eleitor mais revoltado com a política e os políticos:

– A Gravataí de hoje não é a cidade que nós, os indignados, queríamos.

– Buscaremos a radicalização da democracia e o fim dos privilégios aos políticos – afirmou o candidato mais jovem, de 33 anos.

Com o braço na tipoia, e a perna esquerda apoiada em um suporte da cadeira de rodas, um dia depois de receber alta, e 17 após sofrer um grave acidente dentro do comitê, Levi Melo (PSD) enfrentou seu primeiro debate na TV.

Com o histórico de quatro cirurgias recentes, no pulso e tornozelo, optou com um começo confortável, se apresentando médico, “com 13 anos como cirurgião do SUS no Dom João Becker” e buscando destacar que “não é político”:

– Sou um profissional liberal – disse, antes de avaliar que a Gravataí real não retrata sua posição entre as maiores economias gaúcha, errando ao colocar a cidade como a 4ª do RS, quando é a 5ª, posto perdido há dois anos para Rio Grande.

Como fez em outros momentos do debate, Levi reforçou os slogans de sua coligação:

– Quero ser o prefeito de uma nova Gravataí, uma Gravataí melhor para se viver.

Sadao Makino (PSTU), o único dos homens a não vestir blazer, começou lembrando que a quinta, 29, era dia nacional de mobilização dos metalúrgicos – o que havia atrasado entradas na GM, em Gravataí, nos dois turnos.

Se apresentando como ex-operário, o hoje servidor concursado do judiciário estadual, que tem um tique de linguagem de falar “aí” a cada quatro, cinco palavras, atacou geral e atropelou uma das ‘malvadas favoritas’ do debate, empresa de ônibus:

– Gravataí sempre foi governada para os interesses do empresariado, dos grandes financiadores de campanha e da Sogil.

– Precisamos inverter as prioridades e governar para o trabalhador.

Valter Amaral (PT), para usar uma palavra exótica de seu vocabulário de, como se apresentou “professor, psicanalista clínico e hipnólogo”, fez um ‘raporte’ com a TVE – revelando nas entrelinhas a crítica do partido ao governo Sartori pela redução nos investimentos na emissora.

– É importante manter uma TV pública. Isso está garantindo que Gravataí tenha esse debate.

Em seus últimos segundos de resposta, Valter reivindicou o DNA dos governos do PT, inclusive os de Bordignon, que saiu do partido em abril, 34 anos depois de fundá-lo.

– Sabemos fazer. O eleitor nos conhece, tivemos quatro administrações exitosas em Gravataí.

Marco Alba (PMDB) encerrou o bloco mostrando que nesta campanha, ao contrário de 2012, não está para o ‘paz e amor’:

– Assumimos um caos em Gravataí. Trabalhamos para arrumar a casa e resgatar a capacidade de investimento.

Sem nominar, ele fez referência à fala de Anabel sobre “cuidar das pessoas”.

– Me alegra ver candidatos falando agora. Priorizamos a saúde e a educação, porque não havia recursos para cuidar da cidade – disse, prometendo próximos quatro anos de “grandes obras e modificações estéticas”.

Logo após a câmera abrir o plano e mostrar sentados em lados diametralmente opostos Bordignon e Marco, o tradicional ‘GreNal da aldeia’, apesar dos dois serem colorados, a vinheta do debate trazia imagens noturnas da Prefeitura e da praça central – após a revitalização.

 

Fale sobre

 

O bloco seguinte foi o do tema sorteado. A sorte desta vez foi do prefeito. Poderia falar sobre Infraestrutura, o que permitiu informar sobre a habilitação, após “pagar as contas e conseguir as certidões”, ao financiamento de R$ 100 milhões com a Comissão Andina de Financiamento:

– Faremos obras de asfalto, praças e combate aos alagamentos – projetou Marco.

O sorteio ofereceu a Saúde para Sadao e ele seguiu a receita do slogan de sua campanha, que aparecia colado no peito, o “Fora Todos!”:

– Desde 2012 só ouvimos promessas vazias de todos esses partidos tradicionais que já governaram Gravataí. São hospitais, UPAs, que nunca saem do papel.

– Dilma e Temer, juntos no governo, foram responsáveis por cortes enormes na saúde. Recursos que foram para os banqueiros.

Anabel também tirou sua sorte. Educação – onde tem experiência.

– Sou professora de Português e Literatura e por quatro anos fui gestora na área, como coordenadora regional de educação.

Ela atacou dois pontos polêmicos da campanha:

– Temos 4 mil crianças sem escolas infantis. Precisamos novas, além de ampliar os convênios.

– E precisamos rever o plano pedagógico.

Mobilidade Urbana foi o tema sorteado para Valter, que após falar de uma característica visível principalmente nas periferias de Gravataí, “que é o andar na rua por não existirem calçadas”, também bateu na Sogil.

– O transporte é precário. Falta rigor com a Sogil para que cumpra horários – cobrou, falando também em investir em um aplicativo que permita ao usuário saber a distância e o tempo em que o ônibus está da parada.

Antes e após o áudio ser cortado pelo fim do minuto, ouviu-se o petista prometer “as pontes do Parque dos Anjos” e lutar para mudar o local da praça do pedágio.

Para Levi caiu uma conjunção inexplicável para um minuto: Turismo, Cultura, Esporte e Meio Ambiente.

Isso mesmo que você leu: feijão com banana.

Talvez a miscelânea tenha colaborado para Levi se atrapalhar e dizer que incentivaria as “carreatas”, em vez de Carreteadas.

– Temos que atrair grandes eventos, como Enart – falou, defendendo a construção de “um ginásio multiuso, para a cultura e o esporte”.

Nos segundos que restavam, o médico tratou de meio ambiente ao falar do saneamento.

– Apenas 27% do esgoto de Gravataí é tratado. Conforme a OMS, a cada dólar investido em saneamento, são menos quatro a se investir em saúde.

Para Rafael foi sorteado o tema da Segurança. Mas, antes de tratar do assunto que preocupa 11 a cada 10 pessoas, ironizou o slogan do governo para chamar à tela um ‘grande eleitor’ que teve uma relação conturbada com a atual gestão: o servidor público.

– Cuidar das pessoas? Então os servidores não são gente, porque não foram nem um pouco valorizados.

Sobre a pergunta, certamente inspirado nos camaradas sobrevoados por helicópteros e bombardeados pelo Choque nas manifestações do “Fora Temer!”, defendeu a transformação da Guarda Municipal em uma guarda comunitária e “não policialesca”.

Bordignon também pegou uma bola picando: Obras e Urbanismo.

– Você sabe o que fizemos em oito anos – disse, olhando para a câmera.

– Não tínhamos asfalto, praças e nenhuma cancha além do Aldeião. Vamos asfaltar o que faltou nos bairros – prometeu.

E atacou Marco.

– O prefeito fala em dívidas, mas não fez nada. Ficou escondido por quatro anos porque prometeu na campanha hospital na Caveira, as pontes do Parque, uma via paralela à Freeway e não fez, além de gastar R$ 28 milhões com o Positivo, uma enjambração.

 

Direito de resposta e cara a cara

 

A volta para o bloco das perguntas entre os candidatos teve o anúncio de que Marco ganhara direito de resposta.

– As afirmações do professor Daniel Bordignon precisam ser verídicas – cobrou o prefeito, informando ter sido menos da metade o investimento no plano pedagógico das escolas municipais.

– São livros didáticos para melhorar o aprendizado. O resultado é que temos o maior Ideb da história.

E contratacou:

– Ele (Bordignon) é professor e foi prefeito, mas não conseguiu isso.

– É preciso falar a verdade à comunidade e não jogar palavras ao vento – concluiu.

O próprio Marco era o sorteado para começar a perguntar. Ele escolheu Anabel e apresentou o tema que ela mais domina: Educação.

Seria uma estratégia para que ela se saísse bem, já que, pelo menos em 2012, disputava votos no mesmo campo de Bordignon?

– A senhora diz que vai rever o plano pedagógico que promoveu a unificação curricular. Tínhamos um índice de 53% das crianças chegando analfabetas ao 3º ano. Hoje vemos crescer o Ideb – insistiu.

Anabel reafirmou que não manterá o plano.

– Esse plano é superado, da década de 70 e não mais usado em nenhum lugar do mundo. Não respeita os saberes locais, as realidades regionais.

– O MEC garante livros didáticos e, em nossa rede, temos muitos professores com mestrado e doutorado para fazer o próprio plano.

Marco reagiu:

– O plano é o Aprende Brasil, que só existe no Brasil, e é o que atingiu maiores médias no sistema de ensino nacional. É usado pelas maiores escolas particulares do município e do Estado.

– O aluno leva o livro para casa, diferente dos livros do MEC, que ficam na escola.

– É superado, sim – firmou Anabel, dizendo que o plano é “importado” de outro estado e não respeita as características de Gravataí e do Rio Grande do Sul.

– O MEC renova seus livros todos os anos. E são escritos por renomados escritores – concluiu Anabel, que queria perguntar a Marco, mas as regras do debate não permitiam.

Escolheu Valter. A quem fez mais uma afirmação que pergunta:

– Ando nas ruas e só ouço reclamações da saúde. Vivemos um caos.

Valter lembrou a chegada do PT ao poder em 97, “com apenas quatro postos de saúde”.

– Quando saímos em 2012, tínhamos 40 postos, algumas UPAs e o SUE 24 horas. Mesmo assim, insuficientes – listou, com imprecisões em duas afirmações: o partido deixou o governo com 28, não 40 postos, e sem nenhuma UPA.

– Vamos trazer um hospital público, com atendimento neonatal e traumato – prometeu, também falando em “valorizar os servidores da saúde”.

Anabel seguiu nas críticas ao governo:

– Em uma atitude eleitoreira, após quatro anos de filas nas madrugadas dos postos, o prefeito começa a fazer o teleagendamento de consultas.

Na tréplica, Valter apontou “problema de gestão”.

– Aumentaram os recursos na saúde e diminuíram os serviços.

E era a vez do petista perguntar. Escolheu Levi.

– Tínhamos um ambiente seguro quando governávamos a cidade e o Estado. A que se deve a insegurança?

Levi creditou a epidemia “ao desemprego”.

– Gravataí cresceu com a vinda da GM e nos tornamos GMdependentes. Com a crise na indústria automotiva, aumentou o desemprego e a criminalidade.

Ele também citou o grande território urbano e rural como “potencial esconderijo para quadrilhas e traficantes”, defendendo o monitoramento com câmeras em um centro integrado da Guarda, Brigada Militar e Polícia Civil.

Valter atacou o governo Sartori, que tem como vice José Cairoli, do partido de Levi:

– Um prefeito tem que agir, mas não podemos deixar de denunciar o desmonte da segurança pública pelo Sartori, que não nomeia policiais e ainda corta as horas extras.

O petista prometeu rever o Gurizada de Galpão, projeto que creditou à ex-prefeita Rita Sanco, mas na verdade foi de Sérgio Stasinski, extinto por Rita.

Na tréplica, Levi também aproveitou para lembrar dois projetos seus quando vereador: o Crack Tô Fora, com palestras para crianças e adolescentes, e o Jovem do Futuro, voltado ao mercado de trabalho.

Era a vez de Levi perguntar. E ele retomou o tema do pedágio, que no debate Acigra-Seguinte: já tinha provocado atrito com o prefeito, para fazer uma tabelinha com Rafael:

– O site da Prefeitura trazia ano passado notícia sobre a troca da praça do pedágio para além da GM. Este ano a Concepa disse que não fará.

– É mais uma promessa não cumprida do prefeito e seus vereadores. Enquanto isso, onera o cidadão de Gravataí e aumenta o preço da passagem de ônibus – disse, chamando de “negociata” a provável concessão da exploração do pedágio à Concepa “por mais 30 anos”.

Levi deu sequência:

– Também queremos trocar o local da praça de pedágio e isentar as placas de Gravataí.

– Quando o pedágio foi criado, o custo por quilômetro era de 0,10 centavos. Hoje é de 0,25 – alertou.

Rafael lembrou a luta em Viamão, que liberou placas locais.

– Estamos juntos ao movimento.

Na hora de perguntar a Bordignon, Rafael criticou o governo:

– Há muitas ‘não políticas’ do PMDB: para o funcionalismo, a cultura… qual seu plano para a mobilidade?

Foi a deixa para Bordignon também bater na Sogil, como fazia nos anos 80 e 90.

– É preciso mais linhas e as tarifas estão muito elevadas. Não há fiscalização. Em meu governo a empresa foi multada pela primeira vez. Temos que cobrar também a Metroplan pelas linhas Ponte-Porto Alegre.

– Para melhorar o trânsito, faremos as pontes do Parque e uma abertura à Freeway na 62 – prometeu, se referindo a uma reivindicação de longa data por uma ligação na altura da rua da Nutella.

Cicloativista, Rafael falou em “mudar a lógica do carro centrismo”:

– Em 5 ou 6 anos a cidade vai parar. Enquanto isso, o governo atual mantém o Plano de Mobilidade engavetado.

– E ninguém aguenta mais os desmandos da Sogil – concluiu.

Bordignon falou em discutir “algum subsídio” para baratear as passagens, no modelo que é feito pelo poder público com o Trensurb.

– E concordamos com sua proposta: vamos fazer ciclovias.

Evocando novamente o ‘grande eleitor’ do funcionalismo, Bordignon escolheu Sadao a Marco, na hora de perguntar:

– O atual candidato à reeleição manda na Prefeitura há cinco anos – disse, incluindo na conta o governo Acimar da Silva (PMDB), nos dois anos após a cassação da prefeita Rita Sanco (PT) – e retirou direitos como a quinzena e levou a um arrocho salarial, com perdas de 25% no poder aquisitivo dos servidores.

– Vamos devolver a quinzena e conceder a hora-atividade – prometeu Sadao, levando o debate mais uma vez para o plano nacional.

E sem poupar Bordignon ou qualquer outro:

– O candidato que hoje está no PDT estava no PT quando Dilma atacou os trabalhadores, dificultando acesso ao seguro-desemprego e o PIS.

– E foi o candidato quem deu incentivos fiscais à GM. Nenhum dos candidatos aqui vai defender os trabalhadores.

Bordignon surfou no suposto ataque, argumentando que a isenção de IPTU à GM não passa de R$ 100 mil por ano, enquanto o retorno no Orçamento é de R$ 300 milhões.

– A atração da GM foi uma grande iniciativa que tivemos. Sem desenvolvimento não há como aumentar a arrecadação para investir na área social.

Sadao focou o ataque no GreNal da aldeia:

– Tanto Alba quanto Bordignon governaram para os grandes empresários. É como Temer e Dilma. A reforma da Previdência do Temer é a mesma da Dilma. São partidos financiados pelas grandes empreiteiras.

Na vez de perguntar, quem restou a Sadao foi Marco:

– Candidato das privatizações, quais as novas promessas dessa campanha, já que não cumpriu as do hospital e das UPAs?

– Nos mantemos na luta do hospital regional – disse, acusando o governo Tarso Genro (PT) de ter tirado a proposta de construção de um hospital público do Orçamento do Estado.

E aproveitou os segundos para falar do pedágio.

– Com a troca do governo federal, tudo parou. O pedágio será licitado em 2017. Até lá, não há sim, nem não. Essa é outra luta que permanece.

E concluiu falando que “a sociedade deve escolher” entre a prestação dos serviços públicos ou privatizados, se referindo ao plano do governo de tirar da Corsan a gestão da água e do saneamento em Gravataí.

– O candidato do continuísmo – disse Sadao, lembrando mais um bordão de Olívio Dutra sobre Antônio Britto nas eleições de 98 – quer entregar nossa água para os tubarões.

– O candidato, como outros, trabalha apenas na lógica das boas intenções, mas não conhece a realidade da gestão. É preciso ir além – respondeu Marco, anunciando a entrega da UPA da 75 para novembro, “com 90 médicos e profissionais” para “atender 600 pessoas por dia”.

Ele também contestou informações de Valter sobre o número de unidades de saúde.

– Não são 40. São 16 unidades de saúde da família, e 12 unidades básicas de saúde.

– É preciso trabalhar com informações verídicas.

 

Suspense nas despedidas

 

Era hora das despedidas, na ordem inversa da abertura. Imperava a expectativa sobre algum ataque de última hora.

Marco apostou em fazer um balanço rápido e prometer obras.

– Há quatro anos assumimos com R$ 560 milhões em dívidas, o que impossibilitava obras. Pagamos mais da metade e, mesmo assim, ainda fizemos obras como a duplicação da Av. Brasil. Daria para fazer 150 delas sem não houvesse as dívidas – disse, citando mais uma vez a UPA da 75 e a da Morada do Vale, ainda em obras, além do “maior Ideb da história”, que mede o nível de aprendizado das crianças, e “a menor mortalidade infantil da história”.

– Limpamos o nome de Gravataí e conseguimos um financiamento de R$ 100 milhões para agora investir em infraestrutura.

Valter apostou em lembrar os quatro governos do PT em Gravataí.

– Vocês construíram obras no Orçamento Participativo – disse, buscando o telespectador pela câmera e retornando ao ‘grande eleitor’:

– Em todos os nossos governos demos ganho real ao funcionalismo. Vamos devolver o orgulho de ser gravataiense que tínhamos em nossos governos – concluiu, agradecendo o companheirismo da vice Adelaide Klein.

Sadao apostou mais uma vez no ataque aos “partidos tradicionais”.

– Só fazem promessas e, após as eleições, atacam os trabalhadores.

Ele apelou para necessidade de uma greve geral no país “para barrar as medidas do governo Temer”.

Levi deu emoção à despedida, lembrando seu infortúnio:

– Quero agradecer a Deus por estar aqui presente, depois do acidente que sofri dia 12. E agradecer a garra dos nossos apoiadores nesse tempo todo.

Ele reabriu a temporada de levantar suspeitas sobre a situação jurídica da candidatura de Bordignon, e apostou na crítica da oposição ao “encastelamento” de Marco:

– No dia 2 de outubro, dê um voto que vale. Serei um prefeito presente.

E encerrou com duas promessas, antes de repetir o slogan:

– Vamos fazer um hospital público e devolver a quinzena aos servidores. Quero ser o prefeito de uma Gravataí melhor para se viver.

Rafael apostou em lançar um “manifesto”:

– Eu cansei! – disse o esquerdista, certamente sem saber que Cansei! foi nome de um movimento criado em 2007 pela OAB paulista e ONGs de elite, que tinha como garoto-propaganda o conservador João Dória (PSDB), hoje candidato a prefeito de São Paulo.

– Cansei da mesmice, dos mesmos, da turma da Lava Jato, das candidaturas que estão na lista das empreiteiras ou com condenações jurídicas.

– Somos os indignados e queremos transformar a cidade – concluiu.

Com o livreto na mão, Anabel apostou em mostrar às câmeras seu plano de governo, “construído junto com a população” e “registrado em cartório”.

Ela também apelou para o ‘voto útil’:

– Vote ficha limpa, o voto que vale, seguro, que estará na urna e depois será confirmado.

Bordignon apostou em sustentar sua elegibilidade.

– Meu nome não está na lista dos inelegíveis divulgada pelo TSE – disse, citando a “vitória em Brasília numa questão fundamental do processo que respondo por contratar médicos e professores”.

Ele se referia a decisão de ministro do STJ que terça aceitou recurso e é a arma que, apesar de não ter convencido o TRE horas antes, a defesa do ex-prefeito espera ajudar na reversão da impugnação da candidatura pelo TSE, em julgamento que só acontecerá após as eleições.

– O atual prefeito tenta impedir minha candidatura porque sabe que sou o único que pode derrotá-lo – acusou, convocando para “uma luta contra o poderio econômico”.

– Vamos devolver o orgulho a Gravataí. Eu e meu vice Cláudio Ávila.

Nossas considerações finais

 

A quem perguntar “quem ganhou o debate?”, devolvo um Millôr:

– Quem ganha um debate medíocre é melhor ou pior do que quem perde?

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