Uma postagem racista nos Estados Unidos causou alvoroço na mídia de lá. A diretora de ONG de pequena cidade norte-americana escreveu assim no facebook:
– Será revigorante ter novamente na Casa Branca uma primeira-dama com classe, bela e digna… Estou cansada de ver uma macaca de salto alto.
Uma de suas amigas na rede e prefeita da cidade de Claym, na Virgínia Oeste, concordou, reagindo com a expressão “ganhei o dia”. Foi o que bastou para ser pressionada a renunciar ao cargo. A amiga da ONG foi demitida.
O episódio lança mais olhares sobre o que está arraigado no inconsciente coletivo da cultura ocidental. Aqui no Brasil foi lançada – segunda-feira, 14 de novembro – a campanha “30 dias sem racismo”. São várias as mensagens mostrando falas do cotidiano carregadas de racismo.
Também recebi um audiovisual do governo do estado do Paraná com a campanha “Chega de fingir que é normal”. O vídeo mostra um teste de imagens com brancos e negros. No primeiro, pessoas brancas olham fotografias de homens e mulheres brancos em atividades diversas. Tentam imaginar quem são e o que fazem.
Na primeira foto aparece um branco correndo na rua. O grupo de brancos garante que é um homem atrasado para o trabalho. A próxima imagem mostra um negro correndo na rua. O grupo de brancos afirma que é um ladrão fugindo da polícia. Em outras situações do dia a dia novamente as pessoas são descritas pejorativamente em decorrência apenas da cor negra da pele. Há várias críticas ao audiovisual, mas não dá para negar a relevância da temática que aborda.
O que me impressiona nos exemplos citados (e nem caberia neste espaço a mínima parte dos casos de racismo que existem no Brasil!) é o fato de viver no século vinte e um, com avanços extraordinários na ciência e na tecnologia e um retrocesso assustador no campo das relações humanas.
Tenho esperança de que todos esses gritos de alerta possam influenciar as criaturas sobre o quanto é absurdo o racismo em qualquer parte do mundo e, em especial aqui, no nosso Brasil, onde mais da metade da população é de pretos e pardos. Olha aí, pessoal: ter “um pezinho na África” deveria ser motivo de orgulho para qualquer pessoa, pois foi lá que começou a tal da Humanidade.
Respeitar diferenças. Isto é o que se espera de quem é da espécie humana, seja qual for a sua cor da pele.