opinião

Responsabilidade senhora e senhores; adiada votação do Ipag Saúde

Governo enviou ofício à Câmara de Vereadores e votação do PL 19 foi adiada

O governo pediu adiamento da votação do projeto de extinção do Ipag Saúde, o plano de saúde que atende a cerca de 10 mil pessoas, entre servidores ativos, inativos, pensionistas e familiares.

O prazo regimental esgotou nesta quinta, mas o prefeito Marco Alba enviou ofício à Câmara de Vereadores retirando o chamado ‘regime de urgência’ do PL 19.

Significa que, a partir da sessão de hoje, 17h, qualquer emenda apresentada ao projeto precisa ser analisada pelas comissões e pode estender o prazo por mais 15 dias.

A explicação oficial é que o governo segue a negociação com os sindicatos para buscar uma alternativa de adesão a planos privados com desconto em folha.

Mas, nos bastidores, a obsessão é pela garantia dos 11 votos necessários para retirar a contribuição da Prefeitura para o plano de saúde dos servidores.

Tratei hoje no Seguinte: de uma dissidência da base do governo, no artigo Bombeiro votará contra extinção do Ipag Saúde; o vídeo e a entrevista do dissidente da base do governo.

Nos Jogos Vorazes que confrontam governo e sindicalistas, o pedido de adiamento, em uma leitura superficial, pode parecer gol do sindicato dos professores, que aposta no Milagre de Santa Teresa para manter o plano vivo.

Mas, pelo bem da boa política, é preciso reconhecer uma característica tri de Gravataí: a qualidade do debate entre governo, parlamento e sindicalistas. O prefeito estender o prazo para debate, quando poderia aprovar a extinção do Ipag Saúde em minutos, por 11 a 10, motivo é de saudação.

Mas, por favor, racionalidade a todos: não é um grenal! Não pode estar em jogo apenas ‘manter’ ou ‘extinguir’ o Ipag Saúde. É preciso uma alternativa para mantê-lo vivo. Uma vitória política nos Jogos Vorazes não necessariamente significa que os credenciados ao Ipag, que pagam suas contribuições com desconto em folha, terão acesso a um serviço adequado.

O que, pergunte a eles, não estão tendo.

Cuidado com os espertos, servidores! Nem esquerda, nem centro e nem direita tem o monopólio da bondade.

A pergunta mais responsável é: se vamos manter o Ipag Saúde, como fazê-lo? Para tapar o rombo do desequilíbrio financeiro, ao custo de R$ 10 milhões por ano, para além das contribuições normais de governo e servidores, talvez fosse motivo para plebiscito.

Meu temor é que, na ansia de alguém vencer, os usuários do plano percam.

 

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