Na semana da lei de pureza alemã, não poderiamos deixar de apresentar a história contada por Mauricio Beltramelli, fundador do Brejas.
Reza a lenda que o duque da Baviera Guilherme IV, sofreu uma terrivel ressaca, daquelas de dar dor de cabeça, choro e ranger de dentes. E ele tinha absoluta certeza que veio de uma terrível cerveja tomada na véspera.
Foi exatamente o mal que acometeu Guilherme IV, duque da Baviera (região alemã onde está Munique), no dia 23 de abril do longínquo ano de 1516, quando assinou a Reinheitsgebot, ou, para os íntimos, a Lei de Pureza da Cerveja, a qual determinava que a breja local só poderia, dali em diante, ser produzida utilizando-se apenas água pura, malte e lúpulo.
O fermento, por sua vez, foi incluído nesta lei algum tempo mais tarde, uma vez que ainda não era conhecido.
Até então, os cervejeiros da Baviera, na tentativa de “inovar” suas receitas, incluíam ingredientes bizarros na cerveja, como fuligem e cal, o que, provavelmente, teria causado a ressaca ducal.
Hoje, muitas cervejarias ainda seguem à risca a Reinheitsgebot, principalmente as alemãs e belgas, o que explica a excelência das brejas produzidas nesses países.
No Brasil, várias cervejarias artesanais também compartilham do mesmo ideal de Guilherme, como a Abadessa, produzindo cervejas de qualidade indiscutível.
E para explicar um pouco mais sobre conceito da lei de pureza, convidamos ninguém mais que o Burgomestre Sady Homrich, que esteve na Crowd Beer em abril de 2016, ministrando o workshop sobre a lei de pureza alemã.
Sady diz, que, “O conceito de Lei da Pureza chegou na cerveja comercial brasileira em Porto Alegre com a DaDo Bier, a primeira micro-cervejaria contemporânea que abriu as portas, em março de 1995. Depois vieram muitas outras, como as catarinenses Eisenbahn, Bierland, Schornstein e as gaúchas Barley, Coruja e Abadessa.
Para entender, a Lei da Pureza, em alemão Reinheitsgebot (literalmente Decreto de Pureza), foi criada na Baviera em 1516 para disciplinar a produção cervejeira. Ela prevalecendo após a unificação na Alemanha e no seu enunciado, dentre diversas disposições comerciais, determinava que os únicos ingredientes a serem usados para fabricação de cerveja seriam a cevada, a água e o lúpulo. Depois dos estudos de microbiologia de Luis Pasteur, no final do século XIX, incluiram a levedura. Assim sendo, adição de QUALQUER COISA que não sejam esses quatro ingredientes fere a Lei da Pureza. Só que ferir a lei não quer dizer que as cervejas não sejam boas! Hoje existem ótimos preparos com sementes, flores, frutas, mel, chás e outros cereais.”
Dica da semana
E como estamos em semana de comemoração a lei de pureza, a dica da semana fica para o passeio organizado pela Crowd Beer, que leva seus clientes para o XI expedition, neste sábado. O evento é anual, comemora o aniversário da cervejaria, e é realizado nas dependências da Abadessa, na cidade de Pareci Novo. A cervejaria Abadessa respeita rigorosamente a lei de pureza em suas receitas. Contaremos um pouco sobre sua história e processos na próxima semana.
EIn Prosit!