Li postagem do polêmico Cláudio ‘Dr. Golpeachment’ Ávila reclamando que decreto do prefeito Marco Alba proíbe serviços domésticos e, por isso, a síndica não permite essa atividade, especialmente os trabalhos de jardinagem e limpeza das piscinas, no condomínio onde mora, um dos bairros nobres de Gravataí.
– Essas pessoas entram nos pátios e muitas vezes sequer são percebidas, não oferecem nenhum perigo de eventual transmissão de vírus, pois não têm nenhum contato com os moradores. Já são de confiança com acesso livre aos lotes – escreve o advogado, que cassou Rita Sanco (PT) em Gravataí, em 2011, e livrou Miki Breier (PSB), em Cachoeirinha, em 2019.
Começo a análise pelo menos importante.
Ávila, que será o coordenador da campanha de Dimas Costa (PSD) à Prefeitura, ou vice (como torcem, ou secam, muitos), compara os serviços domésticos com a Área Azul.
– Será que a caneta que multa e arrecada os torna imune ao vírus? – questiona.
Parece-me justificável o risco de manter fiscais nas ruas, já que impedem o pior: que zonas centrais se tornem um estacionamento para passeio de férias, como parecia o Centro, por exemplo, quando o comércio reabriu.
Tratei sobre essa polêmica da Área Azul, que incomoda tanto a elite do jipe Renegade pedalado, no artigo Vereadores de Gravataí são responsáveis por enganar usuários da Área Azul.
O que me motiva a comentar o post é a questão dos serviços domésticos, cujo decreto municipal apenas reproduz proibição do Distanciamento Controlado do Governo do RS para município em bandeira vermelha, como Gravataí.
Entendo que essas pessoas também precisam proteção. Quem faz serviços gerais não ‘aparece’ no condomínio tipo o Queiróz em Atibaia. Muitos usam transporte coletivo.
E, mesmo que hoje as estatísticas mostrem que atualmente os pobres tem maior potencial de contágio, já que vivem em lugares com mais gente do que metros quadrados, não podemos esquecer que antes de virar tragédia na Senzala, o vírus começou na Casa Grande (onde o pessoal viaja bastante, conforme provam check-in nas redes sociais).
Escrevi, com bastante dados, em É essencial limpar a Casa Grande; abolida escravatura, pretas e pobres ao trabalho!:
(…)
É ou não é o país do ‘quartinho da empregada’, onde feio é empregada pobre e preta ir para a Disney, e não o fato de se contaminar com a doença trazida do Exterior pelos ricos. Onde o difícil é a patroa cuidar da casa ou deixar os filhos sozinhos em aulas online, e não a empregada pobre e preta, sem creche e sem escola, deixar os filhos sob os cuidados de outras crianças, ou de pais idosos.
Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostram que se organizasse um encontro de todos os seus trabalhadores domésticos, o Brasil reuniria uma população maior que a da Dinamarca, composta majoritariamente por mulheres negras.
(…)
Ao fim, é nobre, e genuína, por ser ele um ex ‘menino da Abemgra’, que batalhou para ser hoje um profissional reconhecido e viver bem, a preocupação de Ávila ao lembrar da importância da renda para o sustento dessas famílias que não podem trabalhar na bandeira vermelha. Poderia o advgoado sugerir uma campanha rápida entre moradores do condomínio para manter os pagamentos a esses trabalhadores enquanto durar a pandemia.
Algum condômino 'comunista' talvez até propusesse a socialização da vaquinha: quem tiver a piscina maior, ou térmica, paga mais.
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